Estiagem frustra safras baianas e produtos estão vindo de fora. A pouca oferta fez os preços desses alimentos dispararem.
O milho e o amendoim dobraram de preço. E os outros produtos típicos do São João acompanharam a alta: massa para fazer o bolo de carimã, o aipim e a laranja também subiram. Com a seca que assola a Bahia, o produtor não conseguiu atender a demanda da época e a pouca oferta fez os preços desses alimentos dispararem.
Quem tem milho e amendoim para vender está trazendo o produto de fora. O milho está vindo do Ceará, de São Paulo e parte de Juazeiro, que tem parte de sua produção irrigada.
Quem tem milho e amendoim para vender está trazendo o produto de fora. O milho está vindo do Ceará, de São Paulo e parte de Juazeiro, que tem parte de sua produção irrigada.
Já o amendoim está vindo de Alagoas e de cidades espalhadas na Bahia que atendem um pouco da demanda, com Santo Antônio de Jesus e São Felipe. “Se o produtor antes vendia de 10 e 15 sacas, este ano ele negocia duas sacas para a gente”, conta Glauco (apelido), que trabalha na Feira de São Joaquim.
Com a seca no Estado, o galão do amendoim está custando até R$ 18 na Sete Portas. Milho também subiu
A alta do preço também se traduz em poucos vendas para os feirantes. “Se você vinhesse aqui no ano passado, eu não ia parar para falar com você de tanto cliente que tinha atender. Agora, está assim. Sem ninguém”, conta Jaci Fernandes, feirante da Sete Portas.
O amendoim, com 3,5 litros, que Jaci vendia no ano passado por R$ 6, este ano sai por R$ 12. Tem galão (com oito litros) sendo vendido por até R$ 18. Já o milho, que ela chegou a vender em 2011 a três por R$ 2 está por R$ 1 a espiga. Para a feirante Debora Barros é bom o cliente se apressar, pois o milho pode chegar a R$ 1,50, com a proximidade do São João. “Já o amendoim, acredito que não tem como subir mais”.
Fonte: Pesquisa realizada nesta sexta-feira (15) pelo Jornal CORREIO
Bolos
A mesma alta foi sentida pelo feirante Pedro da Paixão, que trabalha há 11 anos na Feira de São Joaquim. “No ano passado, vendia a massa de bolo de carimã e de aipim por R$ 1,50. Este ano, está R$ 2,50 e por R$ 3”, diz.
Apesar dos feirantes serem unânimes sobre a queda do movimento, chegando a estimar até 80% menos de procura, o consumidor que vai comprar já preparou o bolso e sabe que a alta é por causa da seca que prejudicou a produção.
A dona de casa, Jocimar Barbosa, aproveitou a tarde de ontem para levar o milho, o amendoim, a laranja e a massa de carimã. “Os preços estão mais ou menos. Mas o que a gente pode fazer é levar um pouco de cada coisa”, conta.
O comerciário Humberto Santana também acha que os preços estão caros, mas conta sua filosofia: “o negócio é comer”. Em contrapartida, Santana elogia a qualidade do produto. “Este milho vindo de São Paulo, está de qualidade”, diz o cliente na Sete Portas.
Já quem preferir comprar no supermercado deve ficar atento a forma de tabelar os alimentos. O milho é vendido em bandejas, o amendoim e o jenipapo por quilo. Agora, é tempo de pular essa fogueira!
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