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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sergipana vence preconceito e aprende a construir casas


Ela aprendeu tudo o que sabe observando os irmãos.
“Nenhuma construção minha nunca rachou”, diz Maria José. 


Maria José na casa da mãe que ela mesma constriu (Foto: Joelma Gonçalves/G1 SE)Maria José na casa que construiu para a mãe (Foto: Joelma Gonçalves/G1 SE)





                           








Maria José de Jesus, 62 anos, seria somente mais uma sergipana da cidade de Riachão do Dantas, a 135 km de Aracaju, se não fosse pelo sonho que ela transformou em ofício ao longo de sua vida. De família humilde, ela trabalhou na lavoura e de doméstica, enquanto seus irmãos trabalhavam na construção de casas na cidade, trabalho pelo qual ela se interessou, mas foi imediatamente rejeitada, por ser mulher. E ela seguiu acompanhando os irmãos e apenas observando o que eles faziam resolveu que ela mesma iria erguer uma casa.
Juntou uma pequena quantia em dinheiro e aos 19 anos Maria José realizava o desejo de construir uma casa. Depois disso, ela seguiu trabalhando como doméstica e nas horas vagas construindo casas para seus familiares, ao todo 16. “Todas as casas que fiz foram para ajudar meus parentes, eles não tinham como pagar um pedreiro. Dessas somente duas foram minhas e eu às vendi para me mudar para Salvador, onde construí outras no período em que trabalhei como doméstica e ajudei a criar os filhos da minha irmã”, recorda.
A casa de Maria José que aos poucos começa a tomar forma (Foto: Joelma Gonçalves/G1 SE)Casa de Maria José está em construção
(Foto: Joelma Gonçalves/G1 SE)
O fato de não te construído a sua própria família não faz de dona Maria uma mulher menos feliz. “Ajudei a minha mãe e as minhas irmãs a criarem seus filhos e somente agora começo a pensar na minha vida”, ela diz isso enquanto explica que está construindo a sua casa, plano que sempre adiava para realizar os sonhos de seus parentes.
“Minha irmã deixou de viver a vida da dela para nos ajudar em todos os sentidos. Somos gratos e temos muito orgulho dela ser uma mulher guerreira, um exemplo para nós mulheres e nordestinas”, destaca Rizolene Silva.
As casas de tijolo aparente, mas muito bem acabadas impressionam pela estrutura e pelo acabamento, trabalho que deixa a sertaneja orgulhosa. “Nenhuma obra minha teve uma rachadura sequer. Cuido de tudo eu mesma até da parte hidráulica. Uma vez chamei um rapaz para me ajudar e enquanto ele assentou 200 tijolos eu assentei mais de 400. Ele duvidou que eu estaria fazendo o trabalho sozinha, disse que eu estava recebendo ajuda de alguém”, conta entre risos.
O preconceito por ser mulher e agora por ser uma senhora não afastam Nete, como é chamada pela família, de continuar construindo. “Quando alguém vê uma casa que eu construí, poucas pessoas acreditam que fui eu. Eu nunca trabalhei em obras, nunca pude estudar e tenho pouca leitura. Tudo o que aprendi foi olhando o trabalho de meus irmãos e colocando a mão da massa para fazer”.
De volta a sua cidade e agora sem trabalhar em casa de família a renda de dona Maria vem das trocas. Sempre comprei animal e trocava por moto, por carroça e assim que vou ganhando o meu dinheiro, o restante do meu sustento vem da minha mãe, que é aposentada e da minha irmã que é doméstica [cujas casas foram construídas por Net]. Apesar da vida difícil ela não reclama: “não tenho posses, mas tenho muita fé”.
Sobre o que mais deseja para sua vida Maria destaca : “quero acabar de construir a minha casa”.
Do G1 SE

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Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
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