O SILÊNCIO NECESSÁRIO!
O Papa Bento XVI na celebração do 46° Dia da Comunicação Social escreveu uma carta intitulada “SILÊNCIO E PALAVRA: CAMINHO DE EVANGELIZAÇÃO”. Neste, o Papa esclarece o valor conjugal destas duas dimensões indispensáveis à comunicação Humana e Divina.
O Papa Bento XVI na celebração do 46° Dia da Comunicação Social escreveu uma carta intitulada “SILÊNCIO E PALAVRA: CAMINHO DE EVANGELIZAÇÃO”. Neste, o Papa esclarece o valor conjugal destas duas dimensões indispensáveis à comunicação Humana e Divina.
Ele diz: “No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento, que encontram precisamente nele, uma forma particularmente extensa de expressão... Por isso é necessário criar um ambiente propício, capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e som”. (2012, p. 06).
Dom Hélder Câmara ao ser entrevistado sobre a comunicação dizia que vivemos em um mundo de uma comunicação monologa. Isto é, as pessoas não dialogam, mas, vivem constantemente em falações que não se levam ao ouvir o outro e a si próprios.
Hoje, vivemos neste mundo aonde a comunicação muitas das vezes vai se tornando o desejo de imposição e supremacia sobre “as verdades” do outro. Um mundo de tanto barulho improdutivo, de tantas formas de bradar aos ouvidos que até parece estarmos todos surdos, levar-nos ao vazio de uma comunicação respeitosa e de valores.
Silenciar, porém, não é simplesmente fechar a boca e recusar-se a conversar. É entrar em contato consigo e se avaliar. É apaziguar o coração, acalmar as emoções, revisar a conduta, conectar-se profundamente com o Eu divino que habita em todos nós. É aquietar a mente e conter o impulso de proferir o que possa machucar outrem e nos causar arrependimento mais tarde.
Estes últimos dias estamos vivendo em situações tão degradantes à comunicação humana que em vez de enaltecer os projetos, definha-os em toda sua natureza. Tantos carros de som que mais parecem os carnavais fora de época. E para satisfazer o ego dos “donos” da audição do povo, ainda fazem tanta disputa de sons com minitrios que mais parecem uma guerra de palavras menosprezantes e desrespeitosa na humanidade.
Quase não se consegue mais sentar as calçadas para conversar com os amigos. Quase não se consegue mais atender as pessoas nos departamentos públicos, inclusive na secretaria paroquial. Sem esquecer de que não se respeitam mais os horários das escolas e não se respeitam os ambientes de silencio: posto de saúde, escolas, igrejas e outros.
Ás vezes me parece que estamos diante de uma justiça inoperante, que silencia diante de tanto barulho e não toma as cabíveis decisões diante destes cenários.
Já foi o tempo em que os programas de governo eram o distintivo de tantos homens públicos e o respeito era parte integrante das relações sociais. Assim, quando se falta o propósito se avoluma o despropósito. Ou seja, quando falta a clareza do que se quer, se avantaja as palavras que não produzem efeitos e frutos ao coração e ouvido da população.
Assim, conclamo, em nome da Fé, em meio tantos barulhos improdutivos, buscarmos no Silêncio da Palavra de Deus a concentração de nossas vidas para que possamos criar sempre com Deus e com o próximo um silencio que gera vida e entendimento.
Silenciar é se ouvir e se fortalecer. E abrir a boca só quando se tem certeza. Mas certeza, afinal, quem pode dizer que tem? É mais sábio silenciar do que esbravejar. Em algumas circunstâncias nada é mais constrangedor do que o silêncio. Às vezes, ele é a única resposta, e a mais fascinante.
Como diz Jesus Cristo no Evangelho de São João 15,1-8: “AQUELE QUE PERMANECE EM MIM E EU NELE, PRODUZ MUITO FRUTO; PORQUE SEM MIM NADA PODEIS FAZER!”.
Que Deus abençoe a todos e a Santa Cruz do Serrote conduza-nos ao silêncio da Cruz Redentora de Jesus Cristo.
Texto enviado pelo Padre Rosivaldo Wanderley
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