- Ford Edge: preço menor fez modelo canadense bater Toyota Hilux SW4 e Kia Mohave
Menos de três meses depois de aumentar em 30 pontos percentuais o imposto sobre produtos industrializados (IPI) dos carros fabricados fora de Mercosul e México, em medida para desestimular as importações e incentivar a indústria automotiva nacional, o governo de Dilma Rousseff comprou 12 Ford Edge para a frota do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que -- entre outras atribuições -- faz a escolta da própria presidente. O modelo é fabricado no Canadá e foi atingido pela majoração do IPI, além de pagar 35% de taxa de importação.
Mais recentemente, o governo Dilma intensificou o viés "nacionalista" de sua política automotiva ao ensaiar o rompimento do acordo automotivo com o México, que garante taxa aduaneira zero entre os dois países.
Mais recentemente, o governo Dilma intensificou o viés "nacionalista" de sua política automotiva ao ensaiar o rompimento do acordo automotivo com o México, que garante taxa aduaneira zero entre os dois países.
- A presidente Dilma Rousseff em Brasília a bordo de um Fusion sem identificação do Planalto, em 2011
- O ex-presidente Lula e o Fusion Hybrid que a Ford cedeu em comodato à Presidência, em 2010
Dez entre os 12 Edge adquiridos pelo governo são blindados e custaram ao GSI R$ 155 mil cada um. Dois não contam com blindagem, e saíram por R$ 105 mil cada. O valor total da compra foi de R$ 1,76 milhão. Os preços foram definidos em pregão eletrônico, modalidade de compra oficial que funciona como um leilão invertido, via internet: os interessados baixam os preços dos lotes até que reste apenas o que pede o menor valor.
No caso desta compra, a Ford começou pedindo R$ 212 mil por unidade blindada do Edge com motor V6 de 3,5 litros, a gasolina. Participaram também a Toyota, cujo primeiro lance foi de R$ 314 mil por unidade do SUV Hilux SW4 3.0 turbodiesel, e a Kia, que ofereceu o Mohave V6 3.8 a gasolina por R$ 343 mil a unidade.
Nenhum dos concorrentes é fabricado no Brasil: o Mohave vem da Coréia do Sul, país-sede da Kia, e o SW4 é produzido na Argentina. A peculiaridade é que, por ser feito no Mercosul, ele está isento de taxa aduaneira e do IPI elevado.
O pregão, realizado em 29 de dezembro do ano passado (13 dias após o IPI especial entrar definitivamente em vigor), durou cerca de 30 minutos. Toyota e Kia baixaram seus preços unitários para, respectivamente, R$ 261 mil e R$ 269 mil, mas não tiveram chance contra a proposta da Ford.
Para o público comum, um Edge igual ao comprado pelo GSI parte de R$ 146 mil sem a blindagem, que deve ser feita por uma empresa terceirizada -- o carro não sai da Ford com a proteção. A Safety Car, do Distrito Federal, fará o serviço no lote adquirido pelo órgão.
UOL Carros questionou o GSI sobre eventual contradição entre a política oficial de proteção a carros fabricados no Brasil e Mercosul e a aquisição, pelo órgão, de uma frota totalmente importada. Em nota, a assessoria do GSI explicou: "De acordo com a legislação vigente, atendidos os requisitos técnicos necessários à segurança presidencial, particularmente a blindagem, foi selecionada a proposta mais vantajosa para a administração pública".
A Lei de Licitações, de 1993, proíbe que haja discriminação de fornecedores devido à nacionalidade deles -- mas ela pode ser critério de desempate, sempre em favor dos brasileiros. Como o valor pedido pelo Edge foi claramente menor, não houve empate. O GSI não informou se os carros já foram entregues.
Procurada pela reportagem, a Ford limitou-se a comentar que, havendo uma licitação, fez suas propostas e acabou vencedora. Em 2010, a fabricante cedeu em comodato (empréstimo com prazo determinado) um Fusion Hybrid à frota do Palácio do Planalto.
O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o modelo no Salão do Automóvel daquele ano. A presidente Dilma também utiliza o modelo Fusion em deslocamentos, inclusive em unidade descaracterizada.
No caso desta compra, a Ford começou pedindo R$ 212 mil por unidade blindada do Edge com motor V6 de 3,5 litros, a gasolina. Participaram também a Toyota, cujo primeiro lance foi de R$ 314 mil por unidade do SUV Hilux SW4 3.0 turbodiesel, e a Kia, que ofereceu o Mohave V6 3.8 a gasolina por R$ 343 mil a unidade.
Nenhum dos concorrentes é fabricado no Brasil: o Mohave vem da Coréia do Sul, país-sede da Kia, e o SW4 é produzido na Argentina. A peculiaridade é que, por ser feito no Mercosul, ele está isento de taxa aduaneira e do IPI elevado.
O pregão, realizado em 29 de dezembro do ano passado (13 dias após o IPI especial entrar definitivamente em vigor), durou cerca de 30 minutos. Toyota e Kia baixaram seus preços unitários para, respectivamente, R$ 261 mil e R$ 269 mil, mas não tiveram chance contra a proposta da Ford.
Para o público comum, um Edge igual ao comprado pelo GSI parte de R$ 146 mil sem a blindagem, que deve ser feita por uma empresa terceirizada -- o carro não sai da Ford com a proteção. A Safety Car, do Distrito Federal, fará o serviço no lote adquirido pelo órgão.
UOL Carros questionou o GSI sobre eventual contradição entre a política oficial de proteção a carros fabricados no Brasil e Mercosul e a aquisição, pelo órgão, de uma frota totalmente importada. Em nota, a assessoria do GSI explicou: "De acordo com a legislação vigente, atendidos os requisitos técnicos necessários à segurança presidencial, particularmente a blindagem, foi selecionada a proposta mais vantajosa para a administração pública".
A Lei de Licitações, de 1993, proíbe que haja discriminação de fornecedores devido à nacionalidade deles -- mas ela pode ser critério de desempate, sempre em favor dos brasileiros. Como o valor pedido pelo Edge foi claramente menor, não houve empate. O GSI não informou se os carros já foram entregues.
Procurada pela reportagem, a Ford limitou-se a comentar que, havendo uma licitação, fez suas propostas e acabou vencedora. Em 2010, a fabricante cedeu em comodato (empréstimo com prazo determinado) um Fusion Hybrid à frota do Palácio do Planalto.
O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o modelo no Salão do Automóvel daquele ano. A presidente Dilma também utiliza o modelo Fusion em deslocamentos, inclusive em unidade descaracterizada.
Claudio Luis de Souza
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário