A ética do PT é roubar, confirma o STF
Por Paulo Márcio
Se é certo que “toda unanimidade é burra”, como asseverou o genial Nelson Rodrigues, não é menos verdadeiro que toda generalização padece de uma terrível falha de percepção, o que a reduz, por princípio, a mero preconceito ou, no mínimo, distorção dos fatos e da realidade.
Assim, afirmações do tipo “todo muçulmano é fundamentalista”, “todo político é ladrão”, “todo religioso é hipócrita”, “todo advogado é desonesto”, etc., não passam de toscas manifestações do senso comum, imbuídas de preconceitos atávicos, arraigados nos porões do inconsciente, individual ou coletivo.
Em 2006, auge do mensalão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, desde sempre o alvo preferido dos radicais de esquerda, em entrevista concedida a um importante semanário nacional, declarou que “a ética do PT é roubar”. Levado à justiça pelos fariseus ofendidos, foi obrigado a se retratar, dizendo que não falara a frase conforme reproduzida na capa da revista. Não obstante a provável distorção – e não há motivos para duvidar de FHC neste particular -, a frase correu o país, enfureceu as vestais e os sicários da seita lulista, e entrou definitivamente para os escaninhos da história. Passados seis anos, cai como uma luva para ilustrar o que de fato ocorreu nos bastidores da República durante a Era Lula.
Mas a que PT se referira FHC em fevereiro de 2006? Ao dos milhares de militantes que empunhavam bandeiras e compravam broches e adesivos para ajudar a financiar as campanhas do partido, naquela fase que pode ser chamada de “A Época da Inocência” (à qual muitos, cegos por uma estúpida ideologia, ainda se encontram aprisionados)? Ao dos trabalhadores filiados aos sindicatos que davam e continuam dando sustentação à legenda, mas que não desenvolvem nenhum tipo de militância? Ao dos profissionais liberais, professores, estudantes, agricultores, policiais, militares, donas de casa, aposentados, pensionistas, sem-teto e sem-terra que acreditavam nas promessas do alto-comando petista? Ou se referia o ex-presidente, apenas e tão somente, ao núcleo duro do partido, comandado por Lula e seu quebra-faca José Dirceu, àquela altura já atolados no valerioduto que emporcalhava a nação?
É óbvio que a crítica do ex-presidente tinha endereço certo: o quarto andar do Palácio do Planalto, de onde o todo-poderoso José Dirceu ditava as ordens aos seus acólitos: um “ajuntamento de ladrões”, para lembrar uma expressão cunhada pelo ex-ministro de Lula, Ciro Gomes (PSB), em homenagem a um grupo de corruptos juramentados pertencentes a um importante partido da base aliada.
Agora que o processo do mensalão está praticamente concluído (só restam a fixação das penas dos condenados – a chamada dosimetria – e a definição do seu regime inicial de cumprimento), a frase atribuída a Fernando Henrique Cardoso merece não só ser reeditada como analisada em retrospecto. Afinal, após o hercúleo e exaustivo trabalho do STF, que, por sorte, contou com os corretos e destemidos ministros Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa em postos-chaves, o tempo veio mostrar que FHC estava certo em sua avaliação.
Sem embargo, está mais do que provado que a ética do lulopetismo é mesmo roubar. Roubar de forma desesperada. Roubar cínica e deslavadamente. Roubar como se não existissem no país imprensa livre, polícia, ministério público e poder judiciário. Roubar, roubar, roubar... como se não houvesse amanhã.
PAULO MÁRCIO, delegado de polícia
NE NOTÍCIAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário