A maior taxa de calotes no país está entre os compradores de carros financiados. O nível de inadimplentes no pagamento das prestações de carros atingiu 6% em setembro.
A alta em relação a agosto foi de apenas 0,1 ponto percentual, mas está perto do recorde de 6,1%, registrado em maio deste ano.
A taxa média de inadimplência, incluindo todos os setores, foi de 5,9% em setembro, o que significa que ficou estável em relação a agosto. É o terceiro mês seguido que a inadimplência se mantém no mesmo patamar.
É considerado inadimplente o comprador que atrasa seus pagamentos em mais de 90 dias. Os dados foram divulgados Banco Central nesta sexta-feira (26).
Para pessoas físicas, a taxa permaneceu em 7,9% em setembro e, para empresas, apresentou leve recuo de 0,1 ponto, para 4%, sobre agosto.
Crédito disponível sobe 1,1% e atinge 51,5% do PIB
O crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro no Brasil subiu 1,1% em setembro, chegando a 51,5% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 2,237 trilhões, informou o BC.
Para o BC, a greve dos bancários e o menor número de dias úteis em setembro –quatro a menos que agosto– afetaram o resultado das concessões voltadas à pessoa física, com queda de 14,1% sobre agosto.
Na média diária, por outro lado, as concessões para pessoa física cresceram 4%.
O BC informou ainda que a taxa média de juros para pessoa física voltou a subir depois de seis meses consecutivos de queda, passando de 35,6% para 35,8% em setembro.
Na média, o juro recuou 0,2 ponto, para 29,9%, puxado pelo segmento de pessoas jurídicas, cujas taxas médias caíram 0,5 ponto, para 22,6%.
O governo tem travado uma batalha com o sistema financeiro privado para forçar a queda nas taxas de juros cobradas dos clientes e, para isso, tem usado os bancos federais Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Esse movimento abalou a rentabilidade das principais instituições financeiras privadas do país.
O lucro do Itaú Unibanco, por exemplo, encolheu mais de 10% no terceiro trimestre na comparação anual, com aumento das provisões para calotes e queda da margem financeira.
Aumenta ganho de bancos com os juros
O BC informou que o ganhio dos bancos com juros -o chamado spread bancário- aumentou: ele atingiu 22,3 pontos percentuais em setembro, contra 22,5 pontos no mês anterior.
Considerando só pessoa física, houve alta de 0,2 ponto percentual no mês passado, indo a 27,9 pontos. Para empresas, a taxa recuou 0,4 pontos, a 15,3 pontos.
Spread é o ganho que os bancos têm com os juros. Quando eles emprestam dinheiro para seus clientes, como no cheque especial, cobram juros muito maiores do que os juros que pagam aos clientes que investem em fundos, por exemplo.
Essa diferença de juros é que é chamada de spread.
UOL
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