Para o líder do governo, oposição quer 'derrotar o Estado'
Da assessoria do deputado Gualberto
Mais uma vez, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Francisco Gualberto (PT) externou seu descontentamento com a desarmonia instalada no parlamento estadual. Segundo ele, pela primeira vez na história houve uma evidente quebra de acordo político firmado entre as lideranças de situação e oposição, no que diz respeito à apreciação e votação do projeto de lei do empréstimo de R$ 727 milhões do Proinvest.
“Esse momento de desmantelo nos entristece. Está havendo um gerenciamento externo na Assembleia, o que é prejudicial a todos nós e ao povo de Sergipe”, confessou o parlamentar. De acordo com Gualberto, há uma semana houve um entendimento de que o projeto do Executivo seria votado apenas na Comissão de Constituição e Justiça, no primeiro momento; logo em seguida seriam ouvidos na Casa os secretários de Fazenda (João Andrade) e de Planejamento (Oliveira Júnior); para depois dar prosseguimento à apreciação e votação nas demais comissões temáticas.
Esta última etapa do acordo seria realizada na sessão das comissões desta terça-feira, 23, o que acabou não ocorrendo. “Trata-se de um acordo descumprido. E não existe qualquer justificativa para que isso ocorra. Havia prazo suficiente para que as comissões designassem um relator e apresentassem o relatório em tempo hábil para que o acordo fosse cumprido”, reclamou Gualberto. “É com muita tristeza que a gente acompanha este momento na política de Sergipe”.
Segundo o relator designado, deputado Paulinho da Varzinhas (PTdoB), somente às 18 horas da segunda-feira, 22, o presidente da comissão de Finanças, deputado Antônio dos Santos (PSC), enviou-lhe o projeto para análise e parecer. “Eu sequer estava no meu gabinete. Portanto, não tive tempo de analisar e fazer o relatório’, justificou Paulinho. Pelo regimento da Casa, a partir de agora ele tem seis dias para desempenhar o trabalho e apresentar seu parecer.
Para Francisco Gualberto, episódios como esse mostram que a política em Sergipe está perdendo a qualidade. Ele acusa a oposição de utilizar inverdades em relação aos prazos para oficialização do empréstimo feito pelo governo Federal, como também de manipular os números referentes ao projeto como o objetivo de confundir a sociedade. “É preciso que alguém da oposição diga: nós fomos orientados a não votar a favor desse empréstimo. Pronto. Assim não iremos mais fazer papel de inocentes, debatendo com quem já tinha tomado a decisão de derrotar o Estado”, disse.
GILSON DE SOUSA, assessoria parlamentar
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