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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Adelson não votou em Belivaldo porque Valadares não cumpriu sua palavra




Ao explicar sua decisão de abrir mão de votar na eleição que garantiu uma vaga de conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE) à deputada estadual Susana Azevedo (PSC), que derrotou o secretário de Estado da Educação, Belivaldo Chagas, por 13 x 9, o deputado estadual Adelson Barreto (PSB) deixou nas entrelinhas que não votou em Belivaldo por conta de o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) não ter cumprido um acordo pelo qual entre ele, Adelson, e o deputado federal Valadares Filho (PSB) seria candidato a prefeito de Aracaju quem estivesse melhor nas pesquisas. Adelson ratificou que estava com uma candidatura engatilhada para disputar a Prefeitura de Laranjeiras, quando foi convencido por Valadares a mudar o domicílio eleitoral para Aracaju.

Segundo o parlamentar, depois de 20 anos, se a imprensa lhe indagar sobre o episódio, a resposta terá as mesmas letras. “Fiz um entendimento com o meu partido, e meu partido não cumpriu o entendimento. Não honrou a palavra. Teria razões suficientes para não votar em Belivaldo, mas entendi que eu tinha razões suficientes para não votar contra Belivaldo. Belivaldo é um homem de bem, decente, correto e que merece meu respeito, meu carinho e minha amizade”, afirmou Adelson Barreto. “Sergipe todo sabe dos problemas que eu venho enfrentando dentro do meu partido, das discriminações que sofri. Então, eu venho passando por um processo de desgaste no partido. Quando eu falo que venho passando por esse processo, Sergipe sabe que eu fui impedido de ser candidato a prefeito em Socorro, em Laranjeiras, em Aracaju. A gente deve falar a verdade apenas uma vez.”

De acordo com Adelson Barreto, sua atitude desagradou a todos, mas foi a mais coerente com a sua história política. “Quando se faz a opção de se votar por um lado, o lado que você votou se agradou e desagradou o outro lado. Quando se diz não aos dois lados, você só fez perder porque desagradou a todos. Isso é uma análise”, disse.

Adelson Barreto observou que a vida pública é complexa, e que quando ingressou na política foi fazendo um juramento para ele mesmo: não permitir que o dia a dia transformasse seu caráter. A sua personalidade. “A decisão que nós tomamos para eleição de um membro para o Tribunal de Contas do Estado era uma decisão que só iria desagradar a todos os lados. Todavia, eu refletir que no mundo político eu não quero qualificar as pessoas pelo grupo ou pela cor partidária. Eu estou no mundo público e quero ter uma relação próxima com pessoas de bem, corretas, sérias, que dignificam o mundo político”, filosofou.

Adelson continua sua explicação assegurando que Belivaldo, contudo, está em uma conjuntura política que não lhe permite votar. “Votar a favor eu entendi que não poderia votar. Votar contra, eu entendi que a minha consciência ia reclamar. Sem possibilidade de votar nele, em função dos problemas que eu venho enfrentando, inclusive com ameaça de ser cassado pelo meu partido, eu entendi que, se eu não podia ajudar, também não ia dar uma contribuição para atrapalhar. Portanto, eu fiz questão de sair do plenário e não emitir o meu voto. Sei que com essa decisão devo ter desagradado a Belivaldo, a Susana, ao bloco do Governo do Estado e ao bloco dos irmãos Amorim. Todavia, não feri a minha consciência, me sinto em paz comigo mesmo porque entendo que tomei uma decisão de acordo com a minha consciência”, disse.

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