Pai, avô e mãe do garoto Rhyan fizeram manifestação pelas ruas de Cuiabá (Foto: Tita Mara Teixeira/G1)
Fantasiado de super-homem, com uma bola na mão e ainda carregando um buquê de flores, Lauro Pereira Camargo, participou de uma passeata na tarde desta terça-feira (13) como homenagem ao filho de 4 anos de idade que morreu afogado após ser arremessado da Ponte Júlio Müller, em Cuiabá. As flores foram em homenagem a ex-sogra que também foi assassinada no último domingo (11), mesma data em que o neto.
A manifestação reuniu centenas de pessoas entre parentes, vizinhos e amigos da família, que se reuniram no Bairro Dom Aquino, na capital, e percorreram várias ruas na região. Com cartazes, faixas e muitas orações, as pessoas clamavam por Justiça durante todo o percurso. Eles também protestaram contra a violência. Abalada, a mãe da criança, Tássia Alves, de 24 anos, chorou muito durante a o percurso e se manteve em silêncio.
O principal suspeito pelo duplo homicídio é o ex-namorado de Tássia, que está preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá. No domingo, ele foi até a casa da ex-sogra Admárcia Mônica da Silva, de 44 anos, à procura de Tássia, no entanto, a jovem não estava. Na ocasião, ele e a ex-sogra teriam discutido quando ocorreu o assassinato. Ela foi esfaqueada e teve o corpo parcialmente carbonizado. O neto da vítima, de 4 anos, também estava na residência e foi levado pelo suspeito até a ponte, onde foi jogado por ele no rio. O corpo do menino foi encontrado minutos depois por um pescador próximo ao local.
Protesto contra a morte do garoto contou com participação de crianças (Foto: Tita Mara Teixeira/G1)
Protesto contra a morte do garoto contou com participação de crianças (Foto: Tita Mara Teixeira/G1)
O pai da criança também estava abalado durante a passeata e mesmo com o pé enfaixado protestou. “Eu morri junto com ele”, desabafou Lauro Pereira. O presidente da Associação dos Familiares Vítimas de Violência (AFVV), Heitor Reis, cujo filho também foi assassinado em 2008, esteve presente na manifestação e coletou assinaturas pelas mudanças no código penal. “ Lutamos pelo fim da impunidade e por meio deste manifesto pedimos o aumento da penalidade por crime hediondo para 50 anos e para que assassinos como estes tenham pena máxima. Também para que outros que ganharem a liberdade passem por reavaliação psicológica antes de serem soltos”, ressaltou.
Para o trabalhador Jorgemar Pinto, pai do menino Kayto, assassinado em 2010, a dor da perda de um filho é inexplicável. Ele destaca que neste momento o apoio à família é muito importante. “O desejo é que a pessoa que cometeu o crime nunca saia da cadeia, pois, não tem nem como classificar quem tem a coragem de assassinar uma criança”, pontuou em entrevista ao
G1.
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