A partir de 2017, o País contará com uma produção própria de um dos principais antirretrovirais usados no tratamento contra a aids, o sulfato de atazanavir. O Ministério da Saúde assinou, na manhã de ontem, um acordo para a transferência da tecnologia de fabricação do medicamento no laboratório farmacêutico de Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A produção nacional do medicamento significará, segundo o ministério, uma economia de R$ 385 milhões em cinco anos. O medicamento é usado por cerca de 45 mil brasileiros em tratamento contra o HIV, cerca de 20% do total de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Anualmente, o ministério gasta cerca de R$ 87 milhões somente na compra dos medicamentos.
A partir do próximo ano, o remédio já será distribuído com embalagem nacional e técnicos brasileiros serão treinados pelo laboratório americano que detém a patente do produto. Com o novo acordo, serão 11 remédios produzidos no País – entre os 20 distribuídos gratuitamente pelo governo aos portadores de HIV.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu as parcerias com laboratórios privados para garantir a sustentabilidade do programa de tratamento contra a aids, que atende 217 mil brasileiros. “Isso permite que o setor continue investindo no Brasil para desenvolver novos medicamentos e traga para os nossos laboratórios públicos tecnologia moderna.”
O medicamento é um inibidor de protease, proteína que impede a reprodução do vírus no organismo e integra o coquetel de três remédios usados diariamente pelos usuários. A utilização do atazanavir corresponde à segunda fase do tratamento, quando as primeiras combinações já não surtem efeito para o paciente. Pelas contas do governo, serão 127 milhões de cápsulas produzidas anualmente no País até 2017.
A Fiocruz também anunciou que espera iniciar a produção, no primeiro trimestre de 2013, de um composto ‘três em um’. O remédio reúne em uma única cápsula as três substâncias fundamentais para a contenção do vírus. A fórmula também será desenvolvida em parceria com laboratório privado. “O objetivo é trabalhar cada vez mais com essa condição. A dose fixa facilita a vida do paciente”, afirmou Hayne da Silva, diretor de produção de Farmanguinhos.
Val Gusmão / PORTAL DA FEIRA
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