A Guiné-Bissau, ex-colônia de Portugal na África, comprometeu-se com a comunidade internacional a acabar com o recrutamento militar de crianças. O compromisso foi feito na Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta segunda-feira (3/12), em Nova York, representantes de 105 países firmaram o Compromisso de Paris, que estabelece o fim de recrutamento de crianças em combates. Também aderiram ao acordo representantes da Bolívia, do Kuwait e do Iêmen.
”Acabar com a impunidade para os que cometem violações sérias contra crianças não é apenas um remédio, mas também um importante dissuasor para prevenir o recrutamento”, ressaltou Leila Zerrougui, representante especial do secretário-geral da ONU para Crianças em Conflitos Armados.
No começo deste ano, a Guiné-Bissau viveu um golpe de Estado com ataque à casa de Carlos Gomes Júnior, ex-primeiro-ministro e candidato às eleições. A tensão ainda permanece na região e há várias advertências da comunidade internacional para o restabelecimento da ordem democrática.
A estimativa de organizações não governamentais (ONGs) é que a presença de crianças em conflitos não se limita aos combates. Elas participam também como escudos humanos e escravas sexuais.
O evento foi organizado pelo governo de França, o representante especial do secretário-geral da ONU para Crianças e Conflitos Armados e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
“O apoio demonstra o consenso global e a determinação da comunidade internacional para abolir a prática desumana de recrutamento de crianças”, disse o embaixador francês para os Direitos Humanos, François Zimeray.
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