por Samuel Celestino
Com o título “Aparelhamento desmontou a Petrobras”, o jornal O Globo de hoje publica uma editorial severo demonstrando a situação vexatória porque passa a antes reluzente Petrobras, hoje atravessando seríssimas dificuldades. Por se tratar de um editorial, evitarei, como correto, qualquer comentário sobre o posicionamento do jornal. Cito trechos. Diz: “Algum tempo depois de assumir a presidência da Petrobras, no início de 2012, Graça Foster, técnica de carreira da estatal, deu um sincero balanço do estado deplorável em que se encontrava a maior empresa brasileira — e, em alguma medida, ainda se encontra. Foi tão sincero que a engenheira química enfrentou resmungos de alas do PT. Lembre-se que não foi difícil relacionar o conteúdo da prestação de contas feita por Graça — imprescindível, pela crucial necessidade de transparência nas empresas públicas, ainda mais em uma de capital aberto — com a gestão ruinosa do antecessor, José Sérgio Gabrielli, economista, sindicalista filiado ao PT. Se entre os símbolos do aparelhamento executado em boa parte da máquina pública federal, na Era Lula, o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário representam a participação de “organizações sociais” no governo, a Petrobras foi ícone da ação de sindicatos companheiros no universo das estatais. A empresa foi capturada por fortes grupos de interesses, e o resultado disso vem sendo expresso por números dramáticos sobre a situação financeira da estatal. No balanço que deu da situação da estatal, em meados de 2012, Graça Foster, entre outras questões, se referiu a metas irrealistas e atrasos em projetos. Entre o irrealismo, incluam-se estimativas de custo. Todas estouradas, é claro. Alguns números são emblemáticos. Reportagem do Globo de domingo, por exemplo, informa que, de 2009 a 2012, os gastos da empresa superaram em US$ 54 bilhões a geração de caixa, em uma média de US$ 13,5 bilhões por ano.” O editorial põe a nu a estatal. Acima está apenas uma parte da posição oficial de O Globo.
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