Deputado Marco Feliciano
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PB, Alexandre Guedes, comentou a polêmica envolvendo a indicação do pastor Marco Feliciano (PSC) para presidente da comissão nacional de Direitos Humanos e minorias.
Em entrevista ao programa Rede Verdade da TV Arapuan, Guedes explicou que o que se observa da polêmica não é o fato de Feliciano ser pastor, mas as declarações ‘extremamente facistas’ do religioso. “Ele tem posicionamentos que levam ao enfrentamento de questões já vencidas inclusive do ponto de vista constitucional. A questão do reconhecimento da unidade familiar de pessoas do mesmo sexo é uma questão vencida no âmbito parlamentar no entanto ele se rebela contra essa questão e se revela uma pessoa extremamente intolerante”, diz.
“O nome da comissão é de Direitos Humanos e Minorias e elas sempre tiveram abrigo no legislativo e através da comissão que se visa transformar debates em audiências e políticas públicas que levem benefícios a essas minorias e esse pastor vem se posicionando contra a comunidade LGBT, contra negros, chamou um grupo de afrodescendentes de macacos. Ele não representa, inclusive, o pensamento majoritário dos evangélicos do país. Ele é uma parcela ínfima dos fundamentalistas e temos que tomar muito cuidado com eles porque estão muito próximos do facismo e dos problemas de convulsão social”, alerta.
Quanto ao fato de o pastor acusar os grupos minoritários, principalmente o movimento LGBT de intolerância religiosa, Guedes comentou que a constituição garante liberdade de expressão, culto e organização. O presidente colocou que o poder legislativo funciona através de comissões e que a de Direitos Humanos é uma das mais importantes do ponto de vista dos avanços sociais e reclamou que o partido PSC que ficou na posição de indicar uma pessoa para a representação ‘escolheu a pessoa mais inadequada, despreparada e menos representativa do partido’.
Para Guedes, Feliciano presidir essa comissão vai causar ‘uma fratura enorme num trabalho de anos e anos que vem sendo feito por várias organizações entre elas a OAB e provoca toda uma degeneração e desagregação de trabalho histórico importante. Direitos Humanos é uma construção”, conclui.
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