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sábado, 2 de março de 2013

Quiosques da Arena Fonte Nova não possuem estrutura para receber baianas de acarajé


por David Mendes
Quiosques da Arena Fonte Nova não possuem estrutura para receber baianas de acarajé
Espaços são totalmente fechados |Foto: David Mendes / Bahia Notícias
A notícia em outubro do ano passado de que a comercialização do acarajé estaria fora dos planos da Fifa correu o mundo e diversas manifestações foram realizadas em protesto pelo veto determinado pela entidade máxima do futebol, que tinha proibido a presença de ambulantes ou qualquer tipo de vendedor em um raio de dois quilômetros da Arena Fonte Nova durante a Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014. Após repercussão, a Fifa recuou e permitiu a venda do quitute mais famoso da Bahia e Patrimônio Imaterial Brasileiro nos arredores e até dentro da praça esportiva. Entretanto, conforme apurou o Bahia Notícias, os 39 espaços reservados para a comercialização de bebidas e comidas no estádio, chamados de “quiosques”, não dispõem de estrutura necessária para abrigar as baianas de acarajé. Um das ausências verificadas é a de exaustores nos espaços, que seriam responsáveis por consumir toda a fumaça produzida durante a fritura do produto no óleo de dendê. Além dos exaustores, outros equipamentos necessários para a produção do quitute estariam proibidos dentro dos espaços. A orientação, conforme apurou a reportagem, é a de que os quiosques serão abastecidos apenas com alimentos prontos para o consumo, sem que precisem passar por qualquer fase de produção. 

Apenas a área dos restaurantes, que serão instalados na parte superior de frente para o Dique do Tororó, terá estrutura suficiente para preparar alimentos em todas as suas etapas de produção. Apesar dos contratempos, o presidente da Arena Fonte Nova, Frank Alcântara, garantiu que o torcedor que desejar comer acarajé durante as partidas de futebol organizadas pela Fifa ou em qualquer outro evento na Arena, considerada de multi-uso, poderá escolhê-lo no cardápio. “Ney Campelo [secretário estadual para assuntos da Copa do Mundo de 2014] garantiu a baiana na Copa do Mundo. Não sou eu, um humilde presidente de Arena, que vou dizer que não terá acarajé na Arena Fonte Nova. Não sei como é que vamos fazer isso, mas não ter acarajé dentro da Arena seria um absurdo. Nós vamos ter uma equação para que o acarajé seja incorporado como iguaria do cardápio da Arena Fonte Nova. Seria um absurdo se fosse diferente”, garantiu. Já o chefe da Secopa, em entrevista ao Bahia Notícias, revelou que já deu início às conversas com a empresa ue ficará responsável pela administração dos quiosques. Segundo o chefe da pasta, assuntos como segurança e formas de comercialização do acarajé já estão sendo discutidas com a companhia. “De alguma forma garantiremos a venda do acarajé dentro do estádio. Até mesmo se for necessário se produzir em um outro lugar, mas a comercialização está garantida dentro e fora da Arena Fonte Nova”, afirmou. Caso prevaleça a orientação de se comercializar apenas produtos prontos para o consumo nos quiosques, o acarajé poderá perder a sua tradição e todo o seu simbolismo, já que, como manda os ritos, tem que ser consumido ainda quente, logo após a retirada do azeite de dendê. Apenas os acompanhamentos como o camarão, vatapá, caruru e a salada - produzidos com antecedência - são aceitáveis em temperatura ambiente. Neste caso, para se tentar manter a tradição, o aparelho de micro-ondas poderá ser a solução.

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