A cena do cachorro abandonado pelo dono na BR-101, no Espírito Santo, neste domingo (31), ligou o alerta da polícia e da Sociedade Protetora dos Animais (Soapes) no estado. O investigador Benildo Correia da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, responsável por investigar os crimes contra os animais, disse que o ato de abandono, por si só não é crime, mas deixou o cão sujeito a maus tratos. A Soapes orienta que a população denuncie estes casos.
Um cachorro foi abandonado na rodovia BR-101, entre os municípios de Ibiraçu e Fundão, neste domingo (31). A cena chamou a atenção da dentista Rafaela Santuzzi, 31 anos, que registrou o momento em que o cão foi deixado no acostamento e correu quilômetros atrás da caminhonete do dono.
De acordo com a presidente da Sopaes, Virgínia Brandão, a Lei de Crimes Ambientais prevê penalidade para casos de maus tratos a animais. "Existe a Lei 9608/98. As pessoas precisam saber que existe a lei de crimes ambientais e que essas atitudes resultam em multa e penalidade. A sociedade precisa se conscientizar que, mesmo que pequena, a punição existe. Tem que denunciar", falou.
Virgínia destacou a frequência do fato e chamou a atenção da população para a importância da denúncia. "Infelizmente, esses casos são muito comuns. Tomo conhecimento diariamente. É importante que a pessoa reúna fotos, referência do local, horário e, em casos como este, até a placa do carro para denunciar. Precisamos passar para as pessoas que há vários tipos de crueldade", completou.
Sobre os casos de maus tratos, a presidente da Sopaes foi enfática. "Deixar um cachorro na varanda o dia inteiro no sol também é crueldade. Ninguém é obrigado a ter cachorro. Quando quer, tem que ser uma posse responsável, dar comida, abrigo, vacina, caminhadas, carinho, atenção. Se não pode ter, não tenha", orientou.
Segundo a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, o caso deve ser analisado. Caso o abandono tenha resultado em maus tratos ao animal, é passível de punição. Se isso não for constatado, o ato não pode ser considerado crime.
Abandono
A desntista Rafaela Santuzzi, 31 anos, que registrou o momento em que o cão foi deixado no acostamento e correu quilômetros atrás da caminhonete do dono, disse que ela e a irmã tentaram conversar com o dono, e perguntaram se o cachorro era dele. "Ele respondeu indiferente, que era sim, mas que o cachorro não parava de correr atrás do carro. A mulher que estava com ele disse que se a gente quisesse, poderia comprar o cachorro. Mas não tiraram ele da rodovia e foram embora, deixando-o para trás novamente", relata.
A desntista Rafaela Santuzzi, 31 anos, que registrou o momento em que o cão foi deixado no acostamento e correu quilômetros atrás da caminhonete do dono, disse que ela e a irmã tentaram conversar com o dono, e perguntaram se o cachorro era dele. "Ele respondeu indiferente, que era sim, mas que o cachorro não parava de correr atrás do carro. A mulher que estava com ele disse que se a gente quisesse, poderia comprar o cachorro. Mas não tiraram ele da rodovia e foram embora, deixando-o para trás novamente", relata.
As duas pegaram o cachorro, que recebeu o apelido de Leleco, e levaram para um hotel de animais em Vila Velha, na Grande Vitória. "Ele comeu, tomou banho e foi avaliado pela veterinária. Não podemos ficar com ele porque moramos em apartamento e ele é um cachorro que precisa de quintal", disse.
Cachorro foi abandonado na Br-101 e correu atrás do dono por vários quilômetros (Foto: Rafaela Santuzzi/ VC no ESTV)
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