Mal deu tempo de comemorar. Logo após o empate em 1 a 1 entre Huachipato e Grêmio, na noite desta quinta-feira, em Talchuano, no Chile, uma pancadaria tomou conta do gramado do estádio CAP. A origem foi um desentendimento entre os treinadores Jorge Pellicer e Vanderlei Luxemburgo, seguido de invasão de campo de torcedores e correria entre jogadores. O comandante gremista alegou ter sido vítima de agressão.
Na saída de campo, os dois técnicos se cruzaram. Houve desentendimento. Logo, integrantes da comissão técnica do time chileno e jogadores reservas foram para cima do comandante tricolor. Ele saiu em direção ao vestiário, correu e parou antes do túnel, que já estava com policiais na porta. Primeiro, o técnico sorriu. Depois, fez um gesto como quem diz que os chilenos estavam loucos. Ao perceber que os rivais se aproximavam, voltou a correr e, ao tentar desviar de um chute, caiu entre os policiais. No trajeto, jogadores dos dois times trocaram empurrões e discutiram.
O treinador e o auxiliar deles vieram para cima do Vanderlei. Quando vi, o nosso técnico caiu. Eles vieram para cima, e a gente tentou segurar – argumentou o zagueiro gremista Douglas Grolli.
Luxa caiu na entrada do vestiário. Enquanto isso, dentro do túnel, o centroavante Braian Rodríguez discutia e trocava empurrões com os gremistas. Em entrevista coletiva improvisada à porta do vestiário, já que o treinador alegou questões de segurança e preferiu não passar em frente aos integrantes do Huachipato, ele deu a sua versão para a briga:
- Foi uma confusão desnecessária. Fui cumprimentar o árbitro, é normal. Às vezes, vou reclamar, mas hoje fui cumprimentar. O assistente deles chegou e falou para mim: ‘Hoje você não está reclamando como você reclamou lá?’. Ele foi se aproximando de mim, percebi que ficou nervoso, comecei a correr, vi que ele queria uma confusão. O treinador também veio chegando. Não entendi o motivo dessa agressividade. Vim correndo para entrar no túnel. Quando fui entrar, fecharam o túnel, e eu escorreguei. Tomei uns pisões dos policiais, me atropelaram. Um jogador deles me agrediu, mas não vi quem.
Por sua vez, Pellicer reclamou da postura do comandante gremista. Para o técnico do Huachipato, Luxa teve atitude “antidesportiva” nos dois confrontos.
Por sua vez, Pellicer reclamou da postura do comandante gremista. Para o técnico do Huachipato, Luxa teve atitude “antidesportiva” nos dois confrontos.
- Me lembro que, ao terminar o jogo em Porto Alegre, no qual ganhamos com surpresa, fui me despedir de Luxemburgo. Ele não me tratou bem. A única coisa que escutei é que ele atribuía a nossa vitória à arbitragem argentina. Uma atitude pouco desportiva, que não está à altura da instituição de que representa. Aqui, agora, foi irônico, tratou de nos desrespeitar. Mais uma vez, não agiu bem – reclamou.
Luxemburgo negou que tenha provocado ou ofendido o treinador rival.
- O treinador veio falando uma bobagem para mim. Sei falar algumas coisas em espanhol, trabalhei na Espanha. Não sou cabeçudo de não saber que estou xingando o cara em espanhol. É um desequilibrado – argumentou.
Na partida em Porto Alegre, em 14 de fevereiro, Pellicer reclamou da postura de Luxa que, no entender dele, havia pressionado a arbitragem. O time chileno ganhara por 2 a 1.
Na confusão desta quinta, o fotógrafo do Grêmio Lucas Uebel foi atingido por uma pedrada na cabeça. Porém, passa bem. O fato aumentou a preocupação dos dirigentes com a saída dos atletas do estádio CAP. Eduardo Vargas foi o primeiro a deixar o vestiário, o que alarmou o assessor de imprensa Vitor Rdriguez. Alertou o diretor de futebol Rui Costa:
- O Vargas saiu sozinho.
De pronto, três pessoas ligadas ao clube cercaram o jogador, temendo uma eventual nova confusão. Mas, naquele momento, o clima passou a ficar um pouco mais tranquilo.
Antes, ainda em meio à briga de técnicos, um rojão foi jogado onde estava a torcida do Grêmio e um torcedor com a camisa de La U acabou preso. Não há informações sobre eventuais feridos.
Globo Esporte
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