Quando falamos na prepotência do ego, na inconveniência do egocentrismo não estamos exortando a ninguém a se rebaixar, submeter ou diminuir-se perante os outros. Lembre-se de que ninguém é inferior ou superior. Jamais nos aceitaremos como somos até entendermos que somos únicos e por isso mesmo incomparáveis.
Simplesmente é um convite a reflexão de que não devemos empenhar em provar nossa razão nas discussões, mostrar que venceu tal ou qual comparação, apregoar vaidosamente suas qualidades e ilusoriamente sentir-se superior ou melhor do que o outro.
Tanto Buda como Jesus pregaram o caminho da humildade. Ambos insistiram para que as pessoas se colocassem todas no mesmo nível. “Somos todos irmãos”, disse Jesus e Buda recomendava que os homens abandonassem qualquer ilusão de superioridade.
Transformamo-nos em pessoas íntegras, não à medida que acumulamos, mas à medida que nos livramos de tudo que não é verídico, de tudo que é falso ou inautêntico.
Isso, contudo, não deve levar você a usar a máscara da humildade; isso seria uma vaidade, um produto do ego. Você estaria pretendendo ostentar uma humildade, o que seria uma farsa, uma maneira de a vaidade ficar escondida atrás da portta.
Muitos interpretaram equivocadamente as palavras dos Mestres. Entenderam que, se não eram superiores, seriam, então, inferiores. Sendo inferiores, nada mais natural do que aceitar passivamente humilhações.
Humildade é honestidade. A honestidade de ser exatamente quem você é, sem aumentar suas qualidades, sem querer impressionar os outros. É não querer parecer especial aos olhos de ninguém, principalmente aos seus próprios. Neste processo você se aproxima cada vez mais de sua essência, e nada é mais doce do que ficar em harmonia consigo mesmo.
Também não é nada contra ter autoconfiança, sentir-se capaz de realizar certas coisas. Entretanto, a autoconfiança sem humildade é arrogância, enquanto que humildade sem autoconfiança é fracasso.
Dr. Luiz Ainbinder
Dr. Luiz Ainbinder
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