Buffon tem motivos para reclamar. Além dos gols sofridos na derrota por 4 a 2 para o Brasil, na tarde deste sábado, o goleiro foi o único na Arena Fonte Nova que não viu a cobrança de falta de Neymar. No lance que resultou a terceira pintura em três jogos do camisa 10 na Copa das Confederações, o camisa 1 da Itália declarou não ter visto a bola em nenhum momento. Afinal, eram seis jogadores à sua frente, como mostrou o "campo virtual", novidade tecnológica do "Central da Copa", programa que repercute os jogos da Seleção desde 2010.
- Vamos acompanhar o lance sob o ponto de vista do goleiro. O Neymar na bola, cinco jogadores na barreira mais o Luiz Gustavo na frente. Com tanta gente, fica difícil a vida do goleiro. Numa falta próxima, geralmente ele tem duas opções: ficar parado protegendo o seu canto, ou dar dois passos para dentro e dividir mais o gol. O azar que ele deu é que a falta foi muito bem batida. Na hora que ele deu o passe para a direita, não deu para voltar mais - explicou dentro de um campo virtual o comentarista Caio Ribeiro, da TV Globo.
Caio também usou o recurso tecnológico para voltar ao campo virtual e mostrar a importância do posicionamento de Fred no lance do quarto e último gol do Brasil. O camisa 9, que desencantou na Copa das Confederações e balançou a rede duas vezes, mostrou faro de gol e ganhou elogios de Casagrande e Ronaldo Fenômeno, comentaristas que participaram do programa direto de Salvador.
- Agora veremos o ponto de visto do atacante, como é importante ter um camisa 9 na equipe. O Bernard toca para o Marcelo, que vai dar o chute para o gol. Olha quantas coisas podem passar pela cabeça de um atacante. Reparem no posicionamento. Se o Fred está de costas para o gol, poderia entrar na frente da bola. De lado, ele vê o chute, a reação do goleiro e corre para pegar o rebote. Outra coisa é a linha de impedimento. Tem um italiano lá do lado dando condições - observou Caio Ribeiro.
Na preferência do público, Fred e Neymar foram os mais bem votados em enquete promovida pelo GLOBOESPORTE.COM. Até o fim da noite deste sábado, o camisa 9 da Seleção recebeu 8,4 na avaliação dos internautas. O centroavante foi reproduzido holograficamente dentro do estúdio da Globo, ao lado dos apresentadores do "Central da Copa", para mostrar seus números durante a partida. Ele fez dois gols em três finalizações, cometeu duas faltas e não sofreu nenhuma durante todo o jogo.
'Mesa tática' mostra bliz brasileira
Não resultou em gol, mas o Brasil armou uma pressão para cima da Itália no começo do jogo. Buffon precisou trabalhar, e por muito pouco a seleção não abriu o placar nos primeiros minutos. A blitz foi planejada por Felipão com uma mudança tática, segundo Caio Ribeiro. O comentarista usou a "mesa tática", novidade do programa que utiliza miniaturas virtuais, para explicar que a equipe atacou com sete jogadores numa tentativa de aproveitar o fôlego inicial.
- Como o Brasil vinha iniciando as partidas: com três atacantes e o Oscar com mais liberdade para encostar no ataque. Foi assim até hoje. Na pressão, repare a mudança de comportamento: se pressionávamos com quatro jogadores, agora pressionamos com sete. O gol não saiu, mas a blitz assustou um pouco os italianos. Adiantou a equipe e sufocou. Geralmente, os times da casa usam os primeiros 15 minutos de pressão porque fisicamente é difícil manter isso durante os 90 minutos. Então, inicia dessa maneira, mas depois bate o cansaço e recua a marcação.
Ainda na "mesa tática", Caio analisou a mudança de posicionamento que o Brasil passa a ter quando sai na frente do placar. Em vantagem, Felipão recua um de seus três atacantes para ajudar mais na marcação no meio de campo, como o comentarista mostrou com as miniaturas virtuais.
- Temos três homens no meio de campo e três atacantes. Quando o time sai na frente, o Felipão tem tirado um dos atacantes, normalmente o que joga pela lateral, como o Hulk, para fazer esse tipo de formação: deixa dois na frente e uma linha de três volantes. O Oscar segue com liberdade pelo meio. É uma retranca? Não, porque o volante pela esquerda e o volante pela direita têm liberdade para sair. A diferença é um homem a mais para preencher esse espaço e ficar um pouco mais protegido.
Galvão Bueno e Arnaldo Cezar Coelho também participaram do Central da Copa direto do hotel da Seleção, em Salvador. Com apresentação de Tiago Leifert e Alex Escobar, e comentários de Caio Ribeiro, a atração vai ao ar sempre nas noites dos jogos do Brasil, com a presença de convidados, plateia e a participação dos telespectadores.
Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro
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