Da Veja
Um dia depois do protesto que levou milhares de brasileiros às ruas, a presidente Dilma Rousseff adotou um tom ufanista e tentou se descolar das manifestações desta segunda-feira como se o seu governo não fosse reponsável por boa parte do cardápio de reivindicações - como melhorias nas áreas de saúde, educação, transportes e o fim da corrupção na gestão pública.
“O Brasil hoje acordou mais forte. A grandeza das manifestações de ontem comprovam a energia da nossa democracia, a força da voz das ruas e o civismo da nossa população. É bom ver tantos jovens e adultos, o neto, o pais, o avô juntos com a bandeira do Brasil cantando o hino nacional, dizendo com orgulho ‘eu sou brasileiro’ e defendendo um país melhor. O Brasil tem orgulho deles”, disse a presidente, após anunciar o envio de projetos de lei ao Congresso sobre o novo marco regulatório da mineração.
Nas últimas semanas, auxiliares que articulam a campanha à reeleição de Dilma, comandados pelo marqueteiro João Santana, começaram a traçar uma estratégia para tentar reverter a onda negativa que ronda o governo e já afeta os índices de opularidadeda presidente. Agora, a preocupação é que as manifestações pelo país não piorem o cenário. No início da tarde desta terça, Dilma embarcou para uma reunião - não prevista em sua agenda - com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo.
Diante de problemas na economia e turbulências na sua base política, Dilma tem intensificado o anúncio de medidas de apelo popular, passou a viajar mais pelo país, aumentou sua exposição nas cadeias de rádio e TV e passou a discursar mais vezes, e por mais tempo, em eventos da Presidência - o que garante exibição no noticiário.
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