A OSX, estaleiro do empresário Eike Batista, está com sérias dificuldades. A empresa deu calote em ao menos um fornecedor e está sendo pressionada por bancos a pagar ou renegociar R$ 2 bilhões em dívidas de curto prazo.
Segundo a Folha apurou, a OSX não honrou um pagamento de cerca de R$ 500 milhões à construtora espanhola Acciona. As duas empresas seguem negociando, mas a Acciona não descarta pedir a falência da OSX.
Os espanhóis estavam construindo o píer de atracação de navios do estaleiro da OSX no porto do Açu, em São João da Barra, no litoral norte do Rio de Janeiro (RJ). O porto, que pertence a empresa de logística LLX, é outro megaprojeto de Eike.
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Por meio de nota, a OSX informou que "os contratos com fornecedores têm cláusulas de confidencialidade que impedem a empresa de comentar". Os porta-vozes da Acciona na Espanha não foram localizados até o fechamento desta edição.
Advogados contratados por Eike e a equipe do banco BTG estão negociando intensamente nas últimas semanas com fornecedores e bancos credores para evitar a recuperação judicial ou até a falência da OSX.
O maior receio é um efeito dominó nas empresas do grupo EBX, que já sofrem com uma crise de confiança dos investidores. No último ano, o valor de mercado das companhias do "império X" (que reúne OGX, MPX, OSX, LLX, MMX e CCX) caiu R$ 36 bilhões, para R$ 9,74 bilhões.
A situação da OSX é tão grave que o estaleiro conta com a assessoria do escritório de advocacia Mattos Filho e contratou a empresa especializada em reestruturação de dívidas Alvarez & Marsal. Esta foi a responsável pela recuperação judicial da Varig.
A Acciona é uma das principais fornecedoras da OSX. Segundo o balanço do primeiro trimestre do ano, a OSX deve R$ 724 milhões a fornecedores -R$ 623 milhões a companhias de fora do país.
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