A utilização de faixas e blimps (balões de publicidade) está proibida durante as festas populares de Salvador. A medida adotada pela Prefeitura, que começa a valer no 2 de Julho, tem como objetivo valorizar e preservar a identidade cultural dos festejos, assim como dar maior visibilidade às apresentações. Essa ação faz parte da reestruturação das festas populares proposta pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), órgão ligado à Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Cultura (Sedes).
De acordo com o secretário da pasta, Guilherme Bellintani, a decisão de proibir propagandas de qualquer natureza durante o desfile foi reforçada após a inclusão da Lavagem do Bonfim como Patrimônio Imaterial do Brasil e da inserção do 2 de Julho - data Independência da Bahia - no calendário nacional. “As nossas principais datas foram reconhecidas nacionalmente e vamos dar a elas a importância histórica e cultural que elas têm. Esse será o nosso ponto de partida para a implantação de novas políticas públicas culturais, para valorizar e preservar as nossas tradições”, explicou.
Bellintani entende e que acha natural o cunho político que as festas populares tomam, principalmente no 2 de Julho e na Lavagem do Bonfim, mas é preciso entender que este espaço é da manifestação cultural. “A intenção é deixar a plástica e a estética do desfile mais prazeroso e mais atrativo, além de valorizar as apresentações dos grupos culturais. A população vai às ruas para ver o espetáculo”, afirmou. A proibição de faixas e blimps será publicada em decreto nos próximos dias pelo prefeito, valendo para todas as festas populares, exceto para o Carnaval, que terá regras específicas.
Reestruturação - Bellitani adiantou que a reestruturação das festas populares não para por aí e que outras medidas serão apresentadas para a valorização do conteúdo cultural, além de uma ampliação significativa no orçamento priorizando o cortejo, quando houver, e as manifestações culturais. “As novas diretrizes foram pensadas, após uma avaliação conjunta com a FGM e com a Empresa Salvador Turismo (Saltur), órgãos vinculados a sua Sedes e organizadores das festas”, declarou.
Para a Lavagem do Bonfim de 2014, o secretário destacou que será dada uma atenção especial ao cortejo, à valorização das baianas, que puxam o desfile, além de agregar novas entidades culturais à festa. “É preciso manter suas tradições e preservá-las, principalmente a partir de agora que a lavagem foi reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e entrou para o livro de Registro Especial como Forma de Expressão, juntando-se ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano, ao Ofício das Baianas de Acarajé e à Capoeira no acervo baiano que orgulha o país”, destacou.
Segundo Fernando Guerreiro, a ideia de reestruturação é ordenar melhor as festas, sem que elas percam o seu caráter popular. “Vamos apenas dar novos direcionamentos, para enriquecer culturalmente cada festa, além de trazer o público jovem que está cada dia mais distante das tradições e manifestações populares”, explicou.
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