Por Marcio Rocha
A jornalista Sayonara Hygia, repórter da TV Sergipe, foi agredida por um policial militar do Grupamento Especial Tático de Motos (Getam), enquanto estava fazendo a gravação de uma reportagem na área do terminal Manoel Aguiar Menezes, nas proximidades dos mercados centrais de Aracaju.
De acordo com a jornalista, ela estava acompanhando uma ação dos manifestantes, quando um deles se deitou no chão, e o comandante do policiamento da capital, coronel Jackson Nascimento, estava reprimindo o manifestante e, afirmando que iria prendê-lo, caso permanecesse com a atitude de baderneiro.
A jornalista disse para a reportagem F5 News que estava atrás do coronel no momento da ação, acompanhando o acontecimento. Quando ela tentou falar com o comandante do policiamento, um policial militar do Getam, que estava de capacete e com a viseira abaixada, se aproximou e empurrou a repórter.
“Eu estava atrás do coronel Jackson com o microfone ligado, quando o policial do Getam me pegou pelas costelas, apertou e me empurrou. Eu pedi respeito ao policial e disse que estava exercendo meu trabalho, assim como ele. Foi quando ele me ofendeu, me xingando. Outro policial veio empurrando, para o outro sair”, disse a jornalista.
Após a agressão o policial do Getam desapareceu no meio dos outros militares que estavam no local. Sayonara Hygia disse que os militares do Getam estavam sem as tarjetas de identificação. A repórter teve uma crise de choro e foi socorrida por colegas.
Sayonara informou que o coronel Jackson Nascimento foi à sua procura e conversou com ela sobre a agressão ocorrida. A jornalista pediu que o policial fosse identificado e providências fossem tomadas, mas o coronel lhe disse que fosse para a Corregedoria da Polícia Militar, prestar queixa contra o agressor.
PM
O coronel Jackson Nascimento, ouvido pela reportagem F5 News, disse que estava no local e confirmou que houve a confusão envolvendo a jornalista. Segundo ele, a repórter pode ter sido tocada por algum policial no momento em que os militares estavam afastando os manifestantes, mas não empurrada. Jackson afirmou que Sayonara estimulou os manifestantes a ficarem contra a polícia, quando gritou que foi agredida por um militar, fazendo com que a população se virasse contra os militares.
Jackson afirmou que o problema não era do policial, e sim da repórter, que, segundo ele está passando por problemas de ordem pessoal e que a jornalista sofre de síndrome do pânico. Segundo ele, o temperamento da jornalista influenciou na reação que ela teve ao receber o toque do militar.
Retaliação
Sayonara Hygia alega ter certeza que a ação do policial militar contra ela foi uma atitude de retaliação à um manifesto particular seu em uma rede social, quando reclamou de agressões e ameaças feitas contra jornalistas da emissora de televisão onde trabalha e de outros meios de comunicação. A jornalista disse para F5 News que crê ter sido uma ação de represália a seu posicionamento.
“Eu sabia que na primeira oportunidade que eles tivessem, iriam me agredir. Eu sabia. Comentei isso com um amigo meu da polícia, e terminou acontecendo”, disse a jornalista.
Imagem: Alex Carvalho
ADUSTINA NEWS
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