Há quem diga que o 2 de Julho deste ano foi mais um momento para celebrar a Independência da Bahia - cuja história já marca os 190 anos -, mas há quem comprove que durante o cortejo a força das manifestações e a ação popular tenha transformado o cenário em um verdadeiro campo de reivindicações e revolta.
Ainda na saída do cortejo, na Lapinha, o secretário de Saúde do Estado da Bahia, Jorge Solla, foi supreedido por um empurra-empurra e, o próprio secretário confirmou que levou um tapa na cara. Solla teria se misturado a um grupo que fazia coro contrário ao prefeito ACM Neto (DEM) e acabou sofrendo a agressão. O suposto agressor não foi identificado.
Porém, o mais comentado por opositores e aliados foram os ecos das vaias que aumentavam à medida que Wagner tentava, discretamente, acenar para o público. Aliás, ninguém escapou do povo. Foi petista, democrata, simpatizantes e protetores. Em cada esquina, uma faixa. Em cada casa, um pedido por Educação, por Saúde, por Segurança, por 'Passe Livre'. Sindicatos estavam aos mil e deixaram o recado na Avenida.
Teve até direito a 'briga' por imagem. Professora e diretora da APLB se desentenderam. Uma afirma: “Por pouco minha mão não sangrou. Perdeu a linha. Me chamou de filha de p***". A outra garante: “Eu não agredi ninguém. Essa acusação é inverídica e prezo pelo respeito à pessoa e respeito qualquer um”.
Os mais exaltados não perderam a oportunidade para agir como acreditam ser a melhor maneira e, se deram mal.
Uma mulher jogou um copo de cerveja no rosto do governador Jaques Wagner. A bebida pegou no petista e ela foi presa pela Polícia Militar. A identidade da mulher ainda não foi revelada.
Houve político que arriscou comentar as vaias, como o casal petista, a deputada estadual Luiza Maia e o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano.
Em conversa com o Bocão News, Maia disse que encara com naturalidade as vaias e que esse tipo de comportamento faz parte do processo político. “É natural que isso aconteça a qualquer um que está no poder. As pessoas precisam ir às ruas mesmo”, disse. Ela ressaltou ainda que “as pautas dos manifestantes precisam ser construtivas”.
E ACM Neto (DEM) também falou.
Ao Bocão News, o prefeito afirmou que as manifestações são democráticas e que a prefeitura estará sempre aberta para ouvir o povo. Enquanto desfilava o prefeito demista foi vaiado e a população fez um sinal negativo com as mãos. Enquanto a maioria vaiava parte do grupo político de Neto aplaudia para tentar abafar.
Para quem saiu às ruas, conclamou o cabloco, as fanfarras e repercutiu as vozes que não mais se calam, tornando um dia da Independência, de fato, um desfile cívico com o 'Salve, Salve' pertinente à ocasião e com direito a tudo que os baianos sentiram vontade de expressar. "Viva o 2 de Julho".
Informações: Bocão News
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