Editando agora, cheguei à essa passagem que, particularmente, gosto bastante. Resolvi compartilhar com vocês...
Nos carnavais, Tobias nunca avistava o misterioso senhor, mas ele era tão comum por perto que, talvez, ele tivesse no seu consciente a impressão que esse senhor poderia estar aos redores, não no aglomerado, mas perambulando longe do tumulto.
Nosso carnaval era mágico, era realmente a festa do nosso povo, sem blocos e nem empresários, sem camarotes como obstáculos ou algo do tipo. Aliás, não tinha só a avenida como percurso, pois muitas outras ruas eram inundadas de gente.
A avenida era enfeitada com meio fio pintado, e grandes placas eram alocadas nos postes, com desenhos de máscaras e outras pinturas artísticas. Milhares de lâmpadas coloridas iluminavam o evento. O pai de Tobias, Seu Arlindo, ajeitava uma cadeira na calçada, e o colocava de pé em cima dela. Segurava-lhe as pernas, com um dos braços, e Tobias tinha então a melhor visão possível daquela festa e se sentia seguro em meio ao frenesi alheio.
Talvez ele tenha visto esse senhor misterioso algumas vezes. Uma mortalha sempre aparecia na sua frente, e ficava a lhe encarar por alguns instantes, e quando sua atenção era desviada por alguma razão, não avistava mais esse mascarado. Mas era carnaval, milhares de pessoas para lá e para cá, poderia ser qualquer um ou apenas fruto da imaginação do Tobias.
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