Marcos Maivado Marinho
Contrário à contratação de médicos cubanos pelo Governo brasileiro, o neurocirurgião Rafael Holanda, um dos mais conhecidos e destacados profissionais da área em Campina Grande, e que assina no portal ‘Paraibaonline’ uma coluna periódica abordando temas do cotidiano, não necessariamente com temática da medicina, é de opinião que a Paraíba, como já fizeram alguns Estados do País, não deveria aceitar esses profissionais em seu território.
Rafael Holanda escreve periodicamente no 'Paraibaonline'
“Estes cubanos não sabem onde existe um braço, mas são capazes de apenas consolarem a dor com prolongados discursos ultrapassados de um velho que perambula morto, mas ainda possui a força de um vivo”, avaliou em seu último texto, intitulado “o rabo preso”.
Para Rafael Holanda, “poucos são os Estados que não possuem o rabo preso a compromissos normais ou esdrúxulos, poucos são capazes de não aceitarem que pessoas estranhas ao convívio da população possam adentrar em casa com a finalidade de pregar princípios de Marx”.
Ele entende que o destino do Brasil se encontra nas mãos dos “afeiçoados camarões do poder e desejam que o nosso caminho seja idêntico aos caminhos dos que vivem em verdadeira miséria e na pobreza absoluta de Cuba”. Daí, á sua ótica, só resta a imposição de espanhol para que possamos numa verdadeira ladainha dizer de forma freqüente e constante: aleluia PT”.
O médico registra que alguns Estados “mostraram sua sabedoria” e não aceitaram a presença de estrangeiros dentro de sua fronteira. Mas, acredita que “o que incomoda não são as peripécias de um partido que deseja de forma intransigente a permanência no poder, mas o silencio dos bons que se escondem por entre linhas com o medo da chibata”.
13 CUBANOS NA PARAIBA
A Paraíba receberá 60 médicos, sendo 47 brasileiros e 13 estrangeiros, do Programa Mais Médicos, para atuarem na atenção básica no interior do Estado.
Cubanos embarcando em Havana com destino ao Brasil
Os médicos brasileiros começaram os trabalhos nesta segunda-feira (2), enquanto os estrangeiros iniciarão as atividades no dia 16 deste mês. Nesta terça-feira (3), às 10h30, no auditório da agência do Banco do Brasil da Avenida Epitácio Pessoa, na Capital, representantes da Secretaria de Estado da Saúde, do Ministério da Saúde e de Cuba se reuniram para discutir as estratégias do programa na Paraíba.
No dia 26 de agosto, em Recife (PE), os profissionais iniciaram uma formação, que se estenderá até o dia 13 de setembro. Na formação estão sendo abordados assuntos como Legislação do SUS, Políticas Públicas de Saúde e Língua Portuguesa. Ao final do curso, eles serão submetidos a uma avaliação e a um teste linguístico. Os médicos formados no exterior serão avaliados por professores de instituições públicas brasileiras e os que forem considerados aptos a participar do programa receberão um registro profissional provisório. A bolsa, tanto para os brasileiros quanto para os estrangeiros, será no valor de R$ 10 mil.
Os 47 médicos brasileiros trabalharão nos seguintes municípios: João Pessoa (20); Bayeux (2); Areia (2); Alagoinha (1); Bananeiras (1); Barra de Santana (1); Belém do Brejo do Cruz (1); Caaporã (1); Cacimba de Dentro (1); Cajazeirinhas (1); Catingueira (1); Caturité (1); Conde (1); Cruz do Espírito Santo (1); Cubati (1); Ingá (1); Itapororoca (1); Juripiringa (1); Lucena (1); Nova Floresta (1); Pocinhos (1); São Miguel de Taipu (1); Serra Redonda (1); Solânea (1); Tavares (1) e Vieirópolis (1).
Dos 13 médicos estrangeiros que trabalharão na Paraíba, nove são cubanos, dois espanhóis e dois bolivianos, que atuavam na Argentina. Os municípios de Água Branca e Baía da Traição receberão médicos espanhóis; São José de Piranhas receberá os bolivianos; e os cubanos irão para os municípios de Algodão de Jandaíra, Damião, Gado Bravo, Juazeirinho, Manaíra e Serra Grande.
A previsão é que os profissionais chegarão aos municípios entre os dias 14 e 15 de setembro e comecem a trabalhar no dia 16. A estimativa é que mais de 180 mil paraibanos sejam beneficiados, inicialmente, com o Programa.
“A perspectiva do Programa Mais Médicos é que onde esteja faltando médico seja garantida a chegada do profissional melhorando a atenção básica”, disse a gerente da Atenção Básica, de Secretaria de Estado da Saúde (SES), Shenia Maria Felício.
Ela explicou que, de acordo com o Programa do Ministério da Saúde, o regime trabalhista é de 40 horas semanais. Os médicos do Programa Mais Médicos serão acompanhados por supervisores que irão avaliá-los quanto ao desempenho e cumprimento de horário e também terão que cursar Especialização em Saúde da Família promovida pela UFCG. Ao aderir ao Programa Mais Médicos, os municípios se responsabilizam pelas despesas com moradia e alimentação dos médicos.
Lançado pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, no dia 8 de julho, o Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país.
ORAÇÃO PELO BRASIL
O médico campinense conclui seu artigo fazendo uma espécie de oração geral pelo Brasil, com críticas ironicamente acidas ao Partido dos Trabalhadores e aos donos do Poder
“Vivemos num ciclo da mentira onde a inflação de forma galopante vem consumindo a capacidade de sobrevivência dos que conseguem fazer as mágicas para chegarem ao fim do mês com salário que fere a dignidade humana.
Acredito de sã consciência que estes ministros da economia não freqüentam os supermercados nem passam pela feira. Dizer que tudo está a contento é querer tampar o sol com a peneira da mentira.
Não há um só momento que não aconteça aumento de alguma coisa, não há como chegar em casa com as mesmas coisas da semana passada, o dólar disparou e com o bater do bombo poderá alcançar a casa dos três reais.
Não quero ser pessimista, não desejo que tudo passe pela ponte da desesperanças e possamos voltar aos velhos tempos de Sarney/Mailson e alcancemos 80 de inflação mensal.
Rezo para que o Senhor da bondade cerque a Presidente e a livre dos que se mostram mais sabidos do que Einstein, dos que saíram de um zoológico e hoje são donos de uma empresa chamada Friboi, dos que ontem eram meros metalúrgicos e hoje disputam as melhores mansões.
Rezo para que sejamos um país onde a desigualdade seja apenas um pequeno desnível entre terrenos, onde os negros e índios não sejam discriminados para que possam entrar na universidade com pontos menores que os brancos.
Rezo pela rua pura e sem ladrões, pelos bons que se tornaram tristonhos e sem esperanças, pelos que vivem abaixo da linha da pobreza e recebem a miséria para continuarem miseráveis, pelos que vivem e morrem nas guerras do cotidiano.
Não sou contra o meu país, não poderia empunhar a bandeira para pregar discursos que quanto pior melhor, mas não posso aceitar que haja ladrões cobertos com pequena capa de dignidade a editarem ordens ou leis que são para os seus benefícios.”MarM
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