Clube baiano estava hospedado em Curitiba para jogo do Campeonato Brasileiro
A Polícia Civil do Paraná investiga uma denúncia de que uma mulher foi supostamente estuprada por jogadores do Vitória na madrugada desta segunda-feira (30).
Ela alega ter sido violentada pelos atletas em um dos apartamentos do Hotel Bourbon, de Curitiba, onde a equipe estava hospedada. Em depoimento à Polícia Civil, uma amiga da vítima , que preferiu não se identificar, afirmou que não acredita que o crime tenha ocorrido. Ela também disse que elas haviam ido ao hotel apenas para conversar com os jogadores.
O Vitória enfrentou o Atlético-PR em Curitiba pelo Campeonato Brasileiro no domingo, vencendo a partida por 5 a 3. O clube tem voo de volta para a Bahia marcado para a tarde desta segunda-feira, segundo a assessoria de imprensa.
Em entrevista coletiva, a delegada titular da Delegacia da Mulher, Marcia Rejane Vieira Marcondes, afirmou que a suposta vítima, de 44 anos, diz ter sido violentada, mas não entrou em detalhes. “Ela não precisa quais os atos sexuais que ela foi submetida”, disse a delegada. Entre as dúvidas quanto ao relato está o fato de a mulher não saber dizer se três ou quatro pessoas participaram do ato. “É muito preliminar, muito prematuro nós alegarmos que ocorreu um fato criminoso ou que não ocorreu”.
Ela voltará a polícia para dar continuidade ao depoimento, pois, segundo a delegada, a mulher estava cansada. “Ela está bastante confusa, o que é compreensível, já que este fato ocorreu agora pela madrugada, pelo fato de não ter dormido, pelo fato de ter estado em uma balada. Tudo isso gera uma confusão, uma exaustão”, complementou a delegada. A delegada relatou que na delegacia, a vítima não apresentava sinais de embriaguês, porém, disse que há relatos de que a mulher tenha bebido.
A vítima fez exames em um hospital para verificar se houve violência sexual, e somente após o resultado – que deve sair entre 10 e 15 dias – a delegada deve decidir se chamará representantes do Vitória para depoimento. “Primeiro a gente precisa de um conjunto de provas para este fato. Até porque não saberíamos exatamente o que perguntar a eles. A gente não começa um interrogatório dizendo: você a estuprou. Isso não existe. A gente tem que ter fatos, não uma informação solta. Com isso, nós estamos primeiro formando este conjunto probatório para, na continuidade, daí sim, fazermos a oitiva deles”, explicou Marcondes, que lembrou que as oitivas – caso sejam necessárias – não precisam ocorrer em Curitiba.
Ainda segundo a versão da mulher, ela foi até o hotel com uma amiga, que conhecia um jogador do Vitória. “O que ela diz é que da balada vieram para este quarto cinco pessoas: ela, a amiga e mais três pessoas. Num certo momento, dessas três pessoas, duas – a amiga e um jogador – deixaram o quarto. Foram para outro lugar, e ela teria ficado com esses dois rapazes. Ai vem as divergências porque ela diz que ficou sozinha no quarto e que de repente as pessoas entraram no quarto. Outra hora diz que as pessoas estavam no quarto. Então, a princípio, ela diz que foram três, ou quatro, ou dois”. A delegada afirmou ainda que a vítima saiu do hotel e depois de 30 minutos retornou relatando que teria sido violentada.
Segundo a delegada, duas pessoas já foram identificadas. Além disso, existe a suspeita de que uma terceira pessoa não faça parte da delegação do Vitória.
A reportagem procurou o Esporte Clube Vitória, que por meio de assessoria de imprensa informou apenas que ninguém do clube foi procurado oficialmente pela polícia para prestar esclarecimentos. O diretor de futebol do Vitória, Raimundo Queiroz, evitou a imprensa no saguão do hotel, afirmando que se pronunciaria sobre o caso apenas “mais tarde”.
O Hotel Bourbon divulgou uma nota sobre o caso, confira na íntegra:
A Rede Bourbon Hotéis & Resorts esclarece que todo o processo de check-in e check-out das hóspedes foi feito de acordo com o procedimento padrão da hotelaria.
Durante a estadia – registrada na madrugada do dia 30 de setembro de 2013, entre 02h e 05h30 – não houve nenhuma queixa ou registro de reclamações.
A Rede Bourbon preza pela privacidade dos hóspedes e não tem acesso às informações particulares de cada apartamento.
G1
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