O deputado estadual em São Paulo Major Olímpio (PDT) afirmou, nesta quinta-feira, que o governo de São Paulo colocou o capitão da Polícia Militar filmado baleando um assaltante durante um roubo na zona leste de São Paulo, no último sábado (12), na “geladeira”.
Segundo o deputado, o capitão foi incluído no Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar (PAAPM). PMs colocados no programa recebem acompanhamento psicológico e ficam afastados de suas funções, o que, para o parlamentar, serve como uma forma de afastar policiais que se envolvem em ações de confronto nas ruas.
“Pergunte a qualquer policial o que ele acha sobre o programa. É uma forma que o governo, a Secretária de Segurança (Pública) arrumou de castigar policiais militares que entram em ações de confronto. (…) É uma geladeira”, afirmou o deputado ao Terra.
De acordo com o parlamentar, policiais do batalhão do capitão filmado reagindo ao roubo afirmaram que ele está de “convalescência médica” até domingo e que será incluído no programa a seu pedido. “É o primeiro policial que pede para ser colocado no programa, o primeiro policial que pede para ser afastado”, ironizou o deputado.
Olímpio afirmou também que o celular funcional do capitão foi retirado, o que o teria impedido de conversar com o PM.
Segundo informações do deputado, o capitão solicitou a seu comando transferência para a cidade de Presidente Prudente, no interior do Estado, antes mesmo da ocorrência. Após balear o bandido, o pedido teria sido reforçado.
Ontem, o deputado afirmou no plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) que o capitão havia sido afastado. Após as declarações do parlamentar, a PolíciaMilitar paulista e a Secretária de Segurança Pública do Estado negaram, em nota, o afastamento do policial.
Segundo a PM, “a ocorrência policial registrada em vídeo e amplamente divulgada, envolvendo um capitão, não está relacionada nos casos que determinem avaliação psicológica para inclusão no Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar”. “Assim sendo, ele não será afastado de suas atividades funcionais, não frequentará o referido programa, nada mudará em sua rotina diária”.
De acordo com o comando da corporação, “as imagens mostram uma ação legítima, praticada segundo o procedimento operacional padrão”.
“Reafirmamos que a ação do policial foi legítima e correta, com a observância das técnicas policiais, não estando relacionada nos casos que determinem avaliação psicológica para inclusão no Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar”, disse a SSP.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Grella Vieira, também afirmaram na segunda-feira que a ação do policial foi “legítima”.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o governador paulista afirmou que “a atitude do policial foi legítima e direta”. Também questionado sobre o caso, Grella disse que a ação foi “legítima, contra um indivíduo que estava armado”. “A ação foi regular.”
Mesmo após o posicionamento da PM e da SSP o parlamentar manteve sua afirmação de que o capitão foi afastado. “São mentirosas (as notas)”, disse. “Não adianta o governo querer mentir para mim. Antes de ser deputado, eu sou policial. Tenho fontes, tenho contatos (na polícia)”, disse o parlamentar.
Terra
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