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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

AGRICULTORES DE PARIPIRANGA E ADUSTINA COLHEM SAFRA RECORDE DE MILHO

São mais de 40 mil hectares de lavoura em pleno semiárido.

Na região de Paripiranga e Adustina, no sertão da Bahia, os coqueiros dividem espaço com um milharal a perder de vista. As chuvas foram regulares entre abril e agosto, época de plantio e desenvolvimento das lavouras. Acima de 700 milímetros, bem distribuídos. Uma condição excepcional,  diferente da maior parte do semi-árido, castigado pela seca.

Em Aracajú, o meteorologista Overland Amaral explica essa condição particular de clima. “Essa região está mais próxima do litoral e recebe mais facilmente a umidade que vem do oceano”.
Paripiranga deve colher até janeiro 260 mil toneladas de milho. A safra é recorde no município. Um alívio para os agricultores que no ano passado sofreram com a seca e colheram apenas 30 mil toneladas.

Em 2012, choveu menos da metade do normal para essa região. Eraldo Carvalho, agricultor que vai colher 19 mil sacas de milho em 150 hectares, quer esquecer a safra passada, mas não perde o bom humor. “Ano passado não teve, 2012 foi perda total, milho pequeno e espiga feia”.

O cultivo do milho ganhou força na região de quatro anos pra cá, quando os agricultores passaram a investir em tecnologia: melhoraram a adubação do solo e usaram sementes selecionadas.

A produtividade média passa de sete toneladas por hectare. O agrônomo da empresa baiana de desenvolvimento agrário, Jobson Peixoto, observa outra mudança.  “Muito produtor que vinha plantando feijão agora ta passando a plantar o milho por vários fatores. Na colheita do feijão necessita muito da mão de obra,  que está muito cara e escassa”.

Nem todos os produtores de milho conseguem comprar máquinas, mas se viram pra fazer a colheita. “Aqui a maioria é agricultura familiar só que eles não tem a máquina. Os maiores vão colher a roça dos pequenos, cobram 1,50 por saco”, diz José Hildo Santana, presidente do sindicato rural da região. É mais um custo para os agricultores, que reclamam do preço da saca, vendida em média por R$ 24.

Essa super produção expõe outro problema: a falta de armazéns. Quando a safra é boa, muitos agricultores não tem onde guardar o milho, e o grão que é colhido vai direto pra carreta. Em quase toda a roça tem um caminhão sendo carregado para seguir viagem.

É tanto movimento que em um posto de combustíveis, entre Paripiranga e Adustina, ganhou o nome de rota do milho. Lá os caminhoneiros pesam as cargas e descansam. Motoristas de todo o Nordeste, acostumados a cruzar o país em busca do grão, economizam com a safra farta na Bahia.

A produção de milho mexe com o comércio. Em Paripiranga, não tem lojista que não fique de olho lá no campo. No centro de Adustina uma imagem que chama a atenção é a praça, que virou um depósito a céu aberto, onde o milho fica debaixo do sol pra perder a umidade.

Genílsondo Nascimento é agricultor, e também trabalha como intermediário: compra pra revender. Ele é dono de um dos sete depósitos ao redor da praça. “Como não cabe o milho nos depósitos, cada um coloca um pouquinho na praça”, diz.

O armazém da Conab mais próximo fica em Ribeira do Pombal, também na Bahia, a cerca de 80 km de distância. O transporte é difícil e os agricultores, preferem ter alguém que compre em sua porta, mesmo pelo preço abaixo de mercado, do que ter mais gasto para vender à Conab. 

Na propriedade de Ivo, sacos de milho viram paredes. Ele usou a criatividade, e com a ajuda do filho Tarcísio, de 16 anos, está montando piscinões de lona para guardar o grão.

Quando a colheita terminar, o agricultor Ivo Andrade vai encher cada piscinão com o equivalente a três mil sacas de milho. “Vou guardar porque a gente precisa ganhar um pouco mais. Como o preço agora a gente acha que não está suficiente para as contas, vamos guardar o milho, esperar janeiro pra que a gente possa ganhar um pouco mais”.

Globo Rural

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