Apenas carros traçados conseguem passar pela rodovia (Foto: Taísa Arruda/G1)
Para quem gosta de aventura com muita lama, atoleiros e pontes improvisadas a BR-319, que liga os estados de Rondônia e Amazonas, é uma boa alternativa. Construída na década de 70, a rodovia federal, desde então, nunca passou por restauração, apenas por reformas paliativas. Para quem precisa se deslocar até Manaus, por exemplo, deve recorrer ao transporte aéreo ou embarcações.
Para quem gosta de aventura com muita lama, atoleiros e pontes improvisadas a BR-319, que liga os estados de Rondônia e Amazonas, é uma boa alternativa. Construída na década de 70, a rodovia federal, desde então, nunca passou por restauração, apenas por reformas paliativas. Para quem precisa se deslocar até Manaus, por exemplo, deve recorrer ao transporte aéreo ou embarcações.
A equipe do G1 cruzou os 877 quilômetros da BR junto com uma diligência de 20 carros e cerca de 70 pessoas da Comissão de Agricultura do Senado Federal e registrou reclamações de pessoas que vivem em comunidades o longo da rodovia e de alguns poucos motoristas que insistem em trafegar pela via que se encontra em situação precária.
A rodovia 319 está localizada entre os rios Madeira (RO) e Solimões (AM). Para quem começa a viagem por Porto Velho é preciso pegar balsa para atravessar o Rio Madeira, apesar da ponte quase concluída. A obra está 97% pronta faltando apenas o término de uma das cabeceiras, que depende da retirada de famílias que vivem no local.
Após cerca de meia hora, a viagem começa, via terrestre, por asfalto sinalizado até o município de Humaitá (AM). São 200 quilômetros de rodovia em boas condições de trafegabilidade.
A viagem começa a apresentar dificuldades a partir de Humaitá. Até a comunidade de Realidade, percurso de cerca de 100 quilômetros, os motoristas gastam até 5h para conseguir atravessar o trecho escorregadio.
Carro saiu da estrada durante percurso
(Foto: Taísa Arruda/G1)
Carro saiu da estrada durante percurso
(Foto: Taísa Arruda/G1)
A partir da comunidade de Realidade começa o trecho chamado ‘meião’ até a comunidade São Sebastião do Rio Igapó Açu. São quase 400 quilômetros de rodovia quase intransitáveis. Quando faz sol a poeira e os buracos tomam conta, mas quando chove o perigo está nos atoleiros e trechos escorregadios. Em alguns momentos não há acostamento na BR e por isso a atenção deve ser redobrada.
No quilômetro 255, na comunidade São Sebastião, é necessário a travessia, através de balsa, sob o Rio Igapó Açu, para chegar do outro lado da rodovia. São mais 150 quilômetros de estrada ruim até o município de Careiro.
Durante o trajeto encontramos o mototaxista Juzembergue Medeiros, de Porto Velho, que enfrentava a rodovia encima de uma moto pequena cheia de lama. Perguntado sobre a coragem em passar pela 319, o mototaxista afirmou ser necessário. “To indo pra Manaus com objetivo de ganhar concessão de mototáxi na capital do Amazonas, mas isso aqui está num total abandono. É um descaso”, lamenta Juzembergue.
De acordo com moradores da rodovia, são contabilizadas mais de 100 pontes ao longo dos 877 quilômetros entre Rondônia e Amazonas. Algumas precisaram de conserto emergencial para poder dar passagem aos carros. O Exército ajudou a diligência durante todo o trajeto de ida e volta.
Do município Careiro Castanho até Careiro da Várzea, onde é necessário pegar balsa para chegar até a capital do Amazonas, são percorridos mais 100 quilômetros de asfalto bom, salvo alguns trechos em obras pelo Dnit-AM/RR.
O motorista de veículo pequeno gasta em média R$ 25 para atravessar e se maravilhar com o encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões até chegar em Manaus. O trajeto dura em média uma hora e é recompensador após horas de atoleiros e buracos na rodovia 319.
Exército teve que fazer consertos emergenciais em pontes quebradas (Foto: Taísa Arruda/G1
Exército teve que fazer consertos emergenciais em pontes quebradas (Foto: Taísa Arruda/G1
Rodovia 319
A BR-319 foi inaugurada em 1973, época do regime militar, se tornando a principal via de acesso terrestre entre o Amazonasx a outros estados brasileiros, mas por falta de manutenção nos quase 900 quilômetros, o acesso se tornou quase intrafegável.
A BR-319 foi inaugurada em 1973, época do regime militar, se tornando a principal via de acesso terrestre entre o Amazonasx a outros estados brasileiros, mas por falta de manutenção nos quase 900 quilômetros, o acesso se tornou quase intrafegável.
Em 2005, o Governo Federal anunciou o início da obra que só começou em 2008, sendo embargada pouco depois pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) que anunciou falhas no estudo de impacto ambiental.
Em 2010 o Dnit-AM/RR apresentou um estudo de impacto ambiental ao Ibama/AM. Uma análise foi realizada e entregue e novas exigências foram apresentadas para complementação. De acordo com o superintendente do Ibama do AM Mário Lúcio, até o momento, essas complementações não foram apresentadas.
A competência do licenciamento ambiental é do governo federal por meio do Ibama, mas os trechos que não estão inseridos em áreas de unidades de conservação obtiveram as autorizações para as manutenções, ou seja, não se pode alargar ou pavimentar a rodovia.
G1
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