CARTA AO MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Sou professora do Colégio Estadual Josefa Soares, em Ribeira do Amparo - BA, e os nossos/nossas alunos/as já não se inscrevem mais para o ENEM, por alguns motivos, a saber:
- Conteúdos que nunca viram.
- Diferença enorme entre a prova e as avaliações feitas no cotidiano escolar.
- Dificuldades para obter uma boa nota, e com isso ingressar numa faculdade.
- Dificuldades para bancar os estudos, quando conseguem uma bolsa de Graduação.
O desânimo é generalizado, e só seria resolvido acabando com todos os problemas geradores da realidade descrita, o que ainda não parece ser uma prioridade dos governos brasileiros (se é uma prioridade, tais políticas estão bem disfarçadas, quem sabe em estádios luxuosos, para a copa). No Colégio Estadual Josefa Soares, por exemplo, apenas duas professoras são graduadas e concursadas para as disciplinas em que lecionam, e ele atende a todos/as os/as estudantes do Ensino Médio, do município.
Enfim, diferente da ênfase dada ao ENEM como Ranking, vejo o exame como um importante instrumento para compreender as reais necessidades da Educação Nacional, do Colégio Josefa Soares, dos/as nossos/nossas alunos/as, que por sua vez já não veem nada de importante nele. Como mudar tal situação?
Diante da impossibilidade de vermos resolvidas, de maneira imediata, os graves problemas da Escola Pública, gostaria de sugerir ao Ministério da Educação a criação de mecanismos que estimulem a participação dos/as estudantes, quem sabe até fazer da participação do ENEM um pré-requisito para a conclusão da Educação Básica. Há dois anos a avaliação do nosso colégio está zerada, por falta de inscritos.
Convém ao MEC impedir que o ENEM se torne um mero recurso de propaganda, quer seja para para os políticos ou para os colégios, em benefício de uma minoria, e se efetive como parâmetro para a formulação de políticas públicas, para este país.
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Professora Daiane Rodrigues de Oliveira
Colégio Estadual Josefa Soares de Oliveira
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