Pelé minimizou nesta sexta-feira (2) o ato de racismo cometido contra o lateral-direito da seleção brasileira e do Barcelona, Daniel Alves, no último domingo, durante jogo do Campeonato Espanhol. O ex-jogador considerou “banal” o fato de um torcedor do Villarreal jogar uma banana em direção ao atleta, que comeu a fruta, ato que trouxe repercussão mundial no combate ao racismo. “Racismo não é no futebol, tem em todos os setores da sociedade há muito tempo. O que não podemos deixar uma coisa tão banal, de um carinha que jogou uma banana, e fazer do limão uma limonada”, disse Pelé, durante visita a Ribeirão Preto, no interior paulista.
O ex-jogador indagou aos jornalistas presentes quais outros casos semelhantes ao de Daniel Alves tinham ocorrido no futebol mundial e foi lembrado dos atos contra o ex-lateral-esquerdo da seleção Roberto Carlos e do atacante italiano Mario Balotelli. “Quantos eventos de futebol têm no mundo? Não é tanto assim”, disse o Rei do Futebol. “No meu tempo jogavam jaca, manga”, completou o astro, dizendo não ter visto também a campanha contra o racismo promovida por Neymar após o fato ocorrido com Daniel Alves.
O atacante do Barcelona postou uma foto em que aparece segurando uma banana, além de ter feito críticas e desabafado contra o racismo no futebol por meio de sua rede social. 'JEITINHO BRASILEIRO' - Pelé também admitiu nesta sexta que tem dúvidas sobre o sucesso da Copa do Mundo no Brasil, que será iniciada no próximo dia 12 junho, mas afirmou que “com jeitinho brasileiro vai dar tudo certo”. “Temos algumas dúvidas nas construções dos estádios, o que é uma pena, porque o Brasil sempre foi grande. Realmente perdemos grande oportunidade, infelizmente temos essa dúvida e com jeitinho brasileiro vai dar tudo certo”, previu o ex-jogador.
Mesmo com a fama de “pé-frio”, o Rei do Futebol cravou que o Brasil será campeão e sequer respondeu quando indagado sobre quem seria o próximo presidente do País. O astro, no entanto, admitiu que uma derrota do Brasil na Copa possa acirrar o clima político e ampliar as manifestações de rua. “Como futebol é uma caixa de surpresa, uma derrota pode dar mais força às manifestações”, afirmou.
Pelé voltou a pedir, como na Copa das Confederações, que a seleção brasileira fosse poupada das manifestações, porque os jogadores não são responsáveis pela corrupção na política, um dos motivos dos protestos recentes. “A seleção brasileira não tem nada a ver com a corrupção da política porque a seleção só enaltece o Brasil. Não tem culpa se tem um monte de ladrões roubando, aproveitando a oportunidade”, concluiu.
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