Quando Blind levantou a cabeça e, com uma precisão incomum, colocou a bola na cabeça de Van Persie, os espanhóis mal sabiam o que estava por vir. O camisa 9 não só marcou um golaço, como abriu caminho para uma das derrotas mais humilhantes dos atuais campeões mundiais. O peixinho por cobertura do holandês foi o destaque do segundo dia da Copa do Mundo. O mais bonito gol dos 13 marcados até agora.
Voo de Van Persie foi destaque no segundo dia da Copa (Foto: Getty Images)
Mas os três jogos desta sexta-feira ofereceram mais. Van Persie fez mais. Aproveitou uma grande bobeada de Casillas, que rendeu ao goleiro espanhol o título de maior mico dos três jogos. O que o craque laranja fez, Fernando Torres não conseguiu. Perdeu gol feito e desperdiçou chance de diminuir o vexame para sua equipe, já nos minutos finais. Mas o dia não foi feito somente da vitória holandesa. No duelo que encerrou a sexta-feira da Copa do Mundo, Mena saiu com o melhor drible, e Bravo fez a defesaça da rodada. Confira os principais destaques:
Um lançamento da linha do meio-campo seguido de um peixinho quase fora da área. O início da goleada holandesa veio com o gol mais belo da Copa do Mundo até agora. Quando Blind recebeu pelo lado esquerdo, quase na linha que divide o gramado, Van Persie já corria entre os zagueiros espanhóis. A bola do lateral terminou na cabeça do camisa 9, que encobriu Casillas. Um golaço que apenas começava o pesadelo dos espanhóis.
A goleada já estava consolidada, mas Fernando Torres teve a chance de amenizar a humilhação para a Espanha. O atacante entrou na vaga de Diego Costa e, aos 46 minutos do segundo tempo, quando a atual campeã do mundo já perdia por 5 a 1, Pedro puxou rápido contragolpe pela direita e tocou para o camisa 9 espanhol, pela esquerda. Era só completar para o gol. Entretanto, o atacante preferiu tentar o drible e perdeu a bola para De Vrij. Perdeu ótima oportunidade de fazer o segundo da Espanha e levou o título de gol mais perdido do dia.
O dia foi de jogadas e gols bonitos, especialmente da Holanda sobre a Espanha, mas só Mena conseguiu deixar o adversário no chão. Aos 32 minutos do primeiro tempo da vitória por 3 a 1 contra a Austrália, o jogador santista recebeu em velocidade pela esquerda e deu belo corte no lateral Franjic, que deu o carrinho e seguiu viagem na tangente. Longe do adversário. O lance não originou perigo para o gol de Mat Ryan, mas com sua rapidez, o meia chileno levou o selo de drible mais bonito do dia.
Comparar uma grande defesa à de Banks na cabeçada de Pelé, no duelo entre Inglaterra e Brasil, pela Copa de 1970, é um dos grandes clichês do futebol, mas é uma boa forma de ilustrar o que Bravo fez na Arena Pantanal. O Chile sofria uma pressão perigosa da Austrália e via sua vitória ameaçada no começo do segundo tempo. Aos 10 minutos, Bresciano pegou de primeira um cruzamento vindo da esquerda, mas o goleiro chileno foi mais rápido. Caiu bem no canto esquerdo, evitou o gol e ganhou o selo de defesaça do segundo dia da Copa do Mundo
Um domínio errado e a tentativa desesperada de alcançar o adversário. O quarto e o quinto gols sofridos pela Espanha foram símbolos do vexame da equipe e ficaram marcados pela imagem constrangida de Casillas, potencializada peloslowmotion das câmeras da Fifa. A derrota parcial por 3 a 1 ainda dava esperanças para os espanhóis, mas Sergio Ramos resolveu recuar para o goleiro, que entregou nos pés de Van Persie e viu a humilhação sendo construída. Pouco depois, o camisa 1 caiu no chão duas vezes, em um ato de desespero, que terminou com as redes balançando. Selo de mico para o marido de Sara Carbonero.
Há quatro anos, contra a mesma Espanha, a imagem do pé de De Jong no peito de Xabi Alonso rodou o mundo como símbolo da final da Copa de 2010, marcada pelo jogo ríspido. Nesta sexta-feira, o volante holandês voltou a se destacar, e pelo mesmo motivo. Mesmo com várias outras jogadas violentas, De Jong levou o selo de sarrafo do dia quando, aos 14 minutos do primeiro tempo, ignorou a bola e deu cotovelada em Busquets.
Fred ganhou um forte concorrente como grande ator da Copa do Mundo até agora. Aos 14 minutos do segundo tempo do duelo na Fonte Nova, Diego Costa e o zagueiro Indi se estranharam. O brasileiro deu uma leve cabeçada no adversário. Foi o suficiente para que o holandês desabasse, como se tivesse sido nocauteado por um lutador profissional.
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