A TV paga e a TV aberta brasileiras estão prestes a declarar uma guerra inédita.
De um lado, Record, SBT e Rede TV! estão se unindo para cobrar das operadoras de TV por assinatura uma taxa de cada assinante delas, o que deve gerar uma receita de R$ 7 milhões para cada uma delas e aumentar o preço das mensalidades ao consumidor.
Do outro lado, as programadoras de TV paga decidiram partir para cima do dinheiro bilionário da TV aberta. Em agosto, pela primeira vez, a feira e congresso da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura), o maior evento do setor na América Latina, terá como principal tema a publicidade.
Do outro lado, as programadoras de TV paga decidiram partir para cima do dinheiro bilionário da TV aberta. Em agosto, pela primeira vez, a feira e congresso da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura), o maior evento do setor na América Latina, terá como principal tema a publicidade.
Executivos da Record, SBT e Rede TV! tiveram várias reuniões nos últimos meses para discutir uma estratégia de negociação conjunta com as operadoras de TV paga. Elas estudam duas soluções: 1) contratar uma empresa que as represente comercial e juridicamente perante as operadoras; 2) contratar um executivo e criar uma empresa com partes iguais entre as três.
A Band também foi convidada a participar do “movimento”. A Globo ficou de fora porque tem negócios sólidos de TV por assinatura (a maior programadora nacional, a Globosat). Participam das negociações executivos de primeira linha: Amílcare Dallevo (presidente da Rede TV), Marcus Vinicius Vieira (vice-presidente executivo da Record) e José Roberto Maciel (SBT).
As três redes abertas argumentam que a nova lei que rege a TV por assinatura, de 2011, permite que elas cobrem pelo sinal digital, de alta definição (HD). A legislação as obriga a cederem gratuitamente apenas o sinal analógico para o cabo e o DTH (TV paga via satélite).
Os canais abertos, em outras palavras, querem virar canais pagos no ambiente da TV por assinatura, um mercado que já presente em 18,5 milhões de lares brasileiros. Estão de olho nas receitas desse segmento: nas conversas, já se cogitou pedir de empresas como Net, Sky, Claro e Oi algo em torno de R$ 0,70 de casa assinante. Considerando que metade dos assinantes de TV paga já têm sinal HD, isso equivaleria a uma receita de R$ 7 milhões mensais, a mesma que a Band tem alugando 50 minutos diários do horário nobre para a igreja de R.R. Soares.
Além disso, avaliam as redes que a causa é justa porque, junto com a Globo, as emissoras abertas têm 70% da audiência entre os assinantes de cabo e DTH.
As operadoras de TV paga, obviamente, rechaçam o movimento das TVs abertas pela cobrança do sinal. Afirmam que o maior prejudicado será o assinante, que terá de pagar mensalidade maior. Dizem que não conseguem absorver os novos custos porque já operam no limite. Alertam que o resultado poderá ser desastroso, com a redução do número de assinantes de TV paga.
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