Mais imagens foram divulgadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) do período de contato entre índios isolados, que vivem na fronteira do Acre com o Peru, com uma comunidade ashaninka, na Aldeia Simpatia, da Terra Indígena Kampa e Isolados do Alto Rio Envira, próximo ao município de Feijó, no interior do Acre. As gravações, feitas nos dias 29 e 30 de junho, mostram os isolados cantando, gesticulando e a tentativa frustrada de troca de objetos entre os índios e a equipe da Funai.
Índios isolados são aqueles que não têm contato com o mundo exterior, normalmente por opção própria. Eles às vezes têm ferramentas de metal, que podem ter sido furtadas de pessoas que circulam pela floresta, como madeireiros ou outros moradores próximos, ou podem ter sido deixadas pela Funai justamente para evitar que eles busquem contato para tentar obtê-las e acabem se envolvendo em algum incidente. A política atual da Funai para os isolados é deixá-los viver em isolamento enquanto assim preferirem.
Um relatório do órgão federal sobre os primeiros quatro dias do deslocamento de duas equipes da Base de Proteção Etnoambiental (Bape) Xinane, do dia 27 ao dia 30 de junho, descreve as primeiras cenas protagonizadas pelos índios e as impressões das duas equipes da Funai enviadas ao local.
Um relatório do órgão federal sobre os primeiros quatro dias do deslocamento de duas equipes da Base de Proteção Etnoambiental (Bape) Xinane, do dia 27 ao dia 30 de junho, descreve as primeiras cenas protagonizadas pelos índios e as impressões das duas equipes da Funai enviadas ao local.
No vídeo, é possível ver os isolados gritando, gesticulando e batendo na barriga como se quisessem dizer que estavam com fome. Além de mostrar a tentativa de realizar trocas de 'tecnologias' com os isolados. "Mostrávamos um terçado e pedíamos uma flecha, mostrávamos artesanatos (eles demonstravam grande interesse) e pedíamos algum ornamento deles, mas nenhuma troca obteve sucesso", diz o relatório da Funai.
De acordo com o antropólogo Terri Aquino, os isolados estão geralmente em busca de materiais como machados, facões e panelas. "Esse povo está em busca de tecnologia. Isso é importante para a vida deles, porque tem uma 'guerra' interna entre eles e pelo contato com outros grupos não indígenas", explicou o antropólogo da Funai.
Ainda segundo o relatório, um servidor fez um cigarro de tabaco e acendeu em frente aos isolados, deixando-os exaltados. "Pediram o tabaco e o isqueiro. O tabaco foi fornecido, eles pegaram, cheiraram e pediram para que o servidor desse o cigarro feito. Ele forneceu o cigarro, eles deram algumas puxadas e guardaram para mais tarde. O servidor tentou trocar o isqueiro por uma flecha, mas os isolados não quiseram".
Para conseguir esses materiais, saques foram realizados pelos isolados nas casas dos ashaninka. "Após o contato e a saída dos índios, as equipes da Funai e da Saúde realizaram escala de vigília durante a noite em caso de nova investida dos isolados. Durante o período da noite e madrugada, apesar da vigília, os isolados cortaram todas as cordas das ubás e afundaram uma das voadeiras da Funai com motor", diz o relatório.
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