O suposto vídeo do primeiro programa eleitoral de Eduardo Campos (PSB), candidato à Presidência morto em um acidente de avião em Santos, na última quarta-feira (13), foi parar na Internet nesta sexta-feira (15) e vem sendo muito compartilhado nas redes sociais.
A coligação de Campos abriria o horário eleitoral gratuito na próxima terça-feira (19) e, ao que parece, o primeiro programa criticaria a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e outros políticos da sua base aliada.
Acompanhado da vice Marina Silva no vídeo, Campos fica em um palco falando para um grupo de pessoas no que parece ser um estúdio.
"É hora de mandar Sarney para a oposição. Estamos mandando avisar pela imprensa. Dizemos 'avisa aí Sarney, Collor e Renan, que eles vão para a oposição'. Conosco eles não vão trabalhar", declara o ex-governador de Pernambuco na campanha, que relembra ainda as "vozes das ruas" que fizeram protestos no ano passado pedindo mudanças.
Até agora o PSB ainda não confirmou se o vídeo divulgado se tratava mesmo do primeiro programa da coligação.
Assista o vídeo:
CriseApesar do partido não assumir a candidatura de Marina, é dado como certo que ela vai levar a frente a bandeira do PSB. A legenda de seus aliados na campanha presidencial só deve anunciar a decisão após o enterro do ex-governador Eduardo Campos, mas as declarações de líderes socialistas e dos outros partidos que formam a coligação Unidos pelo Brasil apontam para a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva como candidata a presidente da República. Em 2010, concorrendo pelo PV, Marina teve quase 20 milhões de votos e ficou em terceiro lugar.
A ex-ministra - vice na chapa de Campos - proibiu qualquer especulação sobre seu nome em respeito ao ex-governador, morto anteontem em desastre aéreo, em Santos. Mas o próprio irmão de Eduardo, o advogado Antonio Campos, também filiado ao PSB, divulgou uma carta ao partido defendendo a candidatura de Marina.
“Externo minha posição pessoal que Marina Silva deve encabeçar a chapa presidencial da coligação Unidos Pelo Brasil liderada pelo PSB, devendo a coligação, após debate democrático, escolher seu nome e um vice que una a coligação e some ao debate que o Brasil precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores. Tenho convicção que essa seria a vontade de Eduardo”, escreveu Antonio.
Apesar de ainda abalados com a tragédia, líderes do partido mostraram posição semelhante. “É um sentimento que tenho de que Eduardo gostaria de ver Marina candidata, pela relação que eles construíram ao longo dos últimos meses”, disse o deputado Júlio Delgado, presidente do PSB em Minas. “O nome dela, num primeiro momento, parece ser natural. Mas ainda nem conversamos com Marina”, lembrou o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).
Foto: Divulgação
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Critério do PSBO presidente do PSB, Roberto Amaral, garantiu que a decisão ficará para depois do funeral de Campos. Em nota oficial, assinada por Amaral, o PSB reafirma que está de luto.
“O Partido Socialista Brasileiro recolhe-se, neste momento, irmanado com os sentimentos dos seus militantes e da sociedade brasileira, cuidando tão somente das homenagens devidas ao líder que partiu. A direção do PSB tomará, quando julgar oportuno, e ao seu exclusivo critério, as decisões pertinentes à condução do processo político-eleitoral”, afirmou Amaral, em nota.
O porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade, o ex-deputado Walter Feldman, disse que a escolha de Marina Silva como substituta de Campos não está sendo discutida neste momento pela campanha.
Segundo Feldman, Marina sequer permite a discussão sobre seu nome e um possível vice menos de 48 horas depois da morte do candidato do PSB à Presidência. “Ninguém tem coragem de colocar questões políticas a ela neste momento”, resumiu.
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