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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

CANDIDATOS AO GOVERNO DE SERGIPE: 'O que me move é poder alimentar esperanças' diz candidata do PSOL

Sônia quer ser diferencial nessas eleições (Foto: Daniel Soares/G1)Sônia quer ser diferencial nessas eleições (Foto: Daniel Soares/G1)
Sônia Meire recebeu a equipe do G1 em sua casa com muito entusiasmo. Ela estava em uma área aconchegante cuidando de alguns trâmites da campanha eleitoral com um assessor. O ambiente, que inspirava tranquilidade, com um pé de cajueiro oferecendo sombra e ar fresco o dia todo, se refletia na calmaria das palavras da candidata ao Governo de Sergipe pela Frente de Esquerda – formada pelo PSOL, partido de Sônia, PSTU e PCB.
Arte Sônia Meire (Foto: Arte/TV Sergipe )
Desta segunda-feira (4) até a sexta-feira (8), oG1 publica os perfis dos cinco candidatos ao Governo de Sergipe. A ordem de publicação das matérias foi definida através de um sorteio com a presença de representantes dos partidos políticos dos candidatos.
Viúva, Sônia, que tem 51 anos, é mãe de dois filhos, que também seguiram a militância política. O mais velho, Alexis Pedrão, chegou a ser candidato na última eleição. Natural de São Paulo, a professora passou uma parte da infância em Salvador e o restante em Feira de Santana, na Bahia. Foi na Princesa do Sertão que ela teve o primeiro contato com a política ainda na adolescência, militando no movimento estudantil secundarista e, posteriormente, no Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR8), organização política de ideologia socialista que lutou contra a ditadura militar.
Em 1982, veio para Aracaju para cursar pedagogia na Universidade Federal de Sergipe. “Morei em república. Vendi frutas no fim de semana para poder pagar meus livros. Dava aulas para os lavadores de carros da universidade”, lembra. Na capital sergipana, continuou inserida na militância política, por meio do Centro Acadêmico do curso. Foi nesta época que Sônia ajudou a criar aquele viria a ser um dos maiores políticos do Brasil na atualidade – o PT.
Na mesma década, fez concurso público e se tornou professora. “Trabalhei no Colégio Benedito Oliveira, no Costa e Silva, e também no Atheneu, como pedagoga, e na formação de professores”, afirma. Filha de professora e de um agricultor, institivamente Sônia juntou o conhecimento adquirido pelos pais e enveredou por um caminho que contemplasse a ambos: resolveu dar aulas para jovens e adultos em assentamentos rurais no interior de Sergipe.
Candidata trabalhou com alfabetização em assentamentos agrários (Foto: Daniel Soares/G1)Candidata trabalhou com alfabetização
em assentamentos agrários
(Foto: Daniel Soares/G1)
“Naquela época, nos assentamentos de reforma agrária existentes, tinha mais de 70% de pessoas não escolarizadas em Sergipe. Os assentamentos eram muito distantes, com acesso muito difíceis também”, recorda a candidata. Esse trabalho e virou referência nacional para educação nos assentamentos do Movimento dos Sem Terra (MST). Daí nasceu outro sonho da professora Sônia Meire: a reforma agrária.
E foi justamente uma discussão em plano nacional sobre a reforma agrária que a fez trocar o PT pelo PSOL, motivada pela luta de Plínio de Arruda Sampaio. “Percebi, quando foi criado o primeiro plano nacional de reforma agrária, formulado por Plínio. O plano era ousado e faria a reforma – a inda que nos moldes do capitalismo. Mas o Governo não concordou. A equipe foi destituída por Lula e o plano deixou de ser realizado”, disse.
Sônia pretende lutar pela distribuição de renda em Sergipe (Foto: Daniel Soares/G1)Sônia pretende lutar pela distribuição de
renda em Sergipe (Foto: Daniel Soares/G1)
Sem nunca ter disputado um cargo eletivo antes, Sônia Meire se vê como uma opção que destoe do mesmo. “O que me move é poder alimentar esperanças”, argumenta. E para tal, ela vê justamente a reforma agrária um dos pilares do seu projeto de Governo, junto com uma melhor redistribuição da renda.
“Fazemos uma crítica ao modelo econômico que aí está posto. Esse modelo que só visa o lucro. Há uma concentração de renda. E nós criticamos isso a o poder que defende essa forma de acumulo. A prioridade nossa de Governo é a auditoria de dívida pública com a proposta de suspensão do pagamento dessa dívida”, comenta.
Na entrevista, o G1 pediu que o político respondesse perguntas feitas a todos os candidatos, sobre trajetória política e os temas que mais preocupam os eleitores. Confira as respostas.
Qual o momento mais marcante na sua carreira política?
Para mim, tive vários momentos marcantes. Mas o momento mais importante foi a candidatura de Plinio de Arruda para a campanha para Presidente. Um homem que estava com a saúde bastante comprometida, perdeu parte do estômago na luta. E se colocar na candidatura para a Presidência do País, ouvindo a juventude, ouvindo as demandas dos trabalhadores, com o objetivo de dizer que a esperança não poderia acabar.
Na sua opinião, qual é o principal problema de Sergipe? Qual sua proposta para resolvê-lo?
O maior problema em Sergipe é a concentração de renda. Com concentração de renda, não se resolve nada. E os governos reproduzem esse modelo.
Como deve ser o Sergipe do futuro?
O Sergipe do futuro tem que dar proteção as crianças. Com educação de qualidade. Com funcionários públicos atuando. Com assembleia legislativa que se tenha voto direto. Não podemos pensar em um governo que faça negociata com deputados.
Cite propostas para cada uma destas áreas: saúde, segurança, trânsito e educação.
- Saúde: fortalecer o sistema único de saúde e desprivatizar a saúde. É preciso ter mais financiamento.
- Segurança: precisamos transformar a concepção de segurança que existe hoje. É preciso desmilitarizar a polícia com reconhecimento da importância das polícias, com o processo de formação deles. Com planos de carreiras descentes e formação.
- Trânsito: temos que priorizar o transporte público, com linhas descentes e suficientes. Com transporte de qualidade e horários que funcionem para que de fato a gente possa ter um transporte de qualidade e justo. É preciso ter todo um plano de mobilidade urbana.
- Educação: é um ponto prioritário para nós. Defendemos uma aplicação mínima de 10% do orçamento para a educação. É preciso também investir no plano de cargos e salários para os profissionais da educação.

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Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
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