Um policial militar, integrante da Operação Delegada, foi preso na noite desta quinta-feira, 18, após matar o camelô Carlos Augusto Muniz Braga, de 30 anos, durante tumulto, às 17h15 desta quinta, na Lapa, zona oeste da capital paulista. A operação é um convênio entre PM e Prefeitura, em que o policial trabalha no horário de folga na fiscalização de camelôs.
A confusão começou quando três PMs da operação voltada a coibir o comércio irregular abordaram o ambulante Isaías de Carvalho Brito, de 27 anos, que vendia DVDs piratas ilegalmente na Rua 12 de Outubro. Segundo versão divulgada inicialmente pela Polícia Militar, após ser abordado, Brito se negou a entregar a mercadoria e recebeu voz de prisão. Nesse momento, de acordo com a versão da polícia, um grupo de cerca de 30 pessoas, entre eles Braga, saiu em defesa do colega e iniciou uma briga com os três PMs. Um dos policiais teria tido parte do colete arrancado e outro agente da polícia foi encurralado pelos ambulantes dentro de uma loja e jogado no chão. Na confusão, dizia a polícia, foi dado um disparo acidental, que atingiu a boca de Braga.
A confusão começou quando três PMs da operação voltada a coibir o comércio irregular abordaram o ambulante Isaías de Carvalho Brito, de 27 anos, que vendia DVDs piratas ilegalmente na Rua 12 de Outubro. Segundo versão divulgada inicialmente pela Polícia Militar, após ser abordado, Brito se negou a entregar a mercadoria e recebeu voz de prisão. Nesse momento, de acordo com a versão da polícia, um grupo de cerca de 30 pessoas, entre eles Braga, saiu em defesa do colega e iniciou uma briga com os três PMs. Um dos policiais teria tido parte do colete arrancado e outro agente da polícia foi encurralado pelos ambulantes dentro de uma loja e jogado no chão. Na confusão, dizia a polícia, foi dado um disparo acidental, que atingiu a boca de Braga.
Policial reage e atira em camelô (Foto: Reprodução)
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Horas depois do fato, porém, veículos de comunicação tiveram acesso a vídeos feitos por pessoas que estavam no local, no momento da confusão, e registraram o que ocorreu. Imagens obtidas pela reportagem mostram Brito sendo abordado pelos três PMs e tendo as mercadorias apreendidas. Eles conversam até que um policial dá um tapa no ambulante, que tenta reagir e é dominado e agredido por outro policial, o mesmo que, mais tarde, daria o tiro.
Policiais e o ambulante caem no chão, mas Brito é rapidamente dominado e imobilizado por dois PMs. O terceiro, autor do tiro, fica em pé e saca a arma e o spray de pimenta e começa a apontá-los para pessoas que se aproximam. Um grupo de ambulantes, entre eles Braga, começa a pedir que a PM solte Brito, alegando que “ele é trabalhador”. Braga é o que mais argumenta. O policial em pé fica mais de dois minutos com a arma em punho.
Ao contrário da versão oficial, não há nenhum policial sendo agredido ou encurralado. Durante o bate-boca, Braga tenta retirar da mão do PM o spray de pimenta e é baleado no rosto pelo policial que estava em pé, conforme mostra outro vídeo, divulgado pelo Jornal da Record. Braga foi levado ao Hospital das Clínicas, em Cerqueira César, zona oeste de São Paulo, onde morreu. Uma das testemunhas do crime, a irmã de Braga, que não se identificou, disse que o irmão só estava tentando ajudar colegas envolvidos na briga. “Ele só foi socorrer o amigo que estava no chão quando o policial atirou na boca dele”, contou ela, desesperada e aos prantos.
Prisão
Após a divulgação dos vídeos, a Secretaria da Segurança Pública informou que o policial autor do disparo, que não teve o nome revelado, foi preso e encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes. Ele seria autuado em flagrante por homicídio doloso (com intenção de matar) na noite desta quinta.
A pasta também divulgou nota em que informou que o caso já estava sendo apurado tanto pela Corregedoria da PM quanto pela Polícia Civil e as imagens estavam sendo analisadas. Disse ainda que “não compactua com desvios de conduta de policiais”. Após a execução, houve confronto entre a PM e ambulantes. Brito foi preso por desacato e outras cinco pessoas acabaram detidas por dano.
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