Passadas as eleições, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Dias Toffoli, irá convocar os institutos de pesquisa para fazer uma avaliação sobre os números apresentados ao longo da campanha. De acordo com ele, foram registrados muitos erros.
“Vamos chamar os institutos para entender o que aconteceu. A primeira coisa que queremos é conhecer melhor, pois não foram erros pontuais e nem contra o partido ‘A’ ou partido ‘B’, mas erros sobre diversos resultados”, disse. Segundo ele, tais erros alteram rumos de campanhas, podem mudar o voto de eleitores e influenciam a bolsa de valores. Por isso, acredita que novas normas sobre as pesquisas podem ser propostas após reuniões com os institutos.
Apesar de pontuar que se trata apenas de uma ideia inicial, uma vez que sequer se reuniu com as empresas de pesquisa, Toffoli afirmou que a margem de erro diferente entre os levantamentos cria um problema para o eleitor.
“Temos pesquisas com margens de erro diferentes, com índices de confiabilidade diferentes. Talvez isso devesse ser padronizado para evitar que se compare alhos com bugalhos toda a vez que duas ou mais pesquisas forem apresentadas”, disse.
Toffoli ainda comentou que o próprio TSE, através de suas resoluções, poderia determinar a padronização de índices. Disse também que o prazo para divulgação de pesquisas pode ser debatido.
“O STF já considerou inconstitucional a proibição 15 dias antes da eleição, mas hoje o STF é outro e muitos países proíbem nesse período. Mas o principal agora é entender o que aconteceu”.
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, considerou importante a disposição do TSE de ouvir os institutos.
“Um aspecto que merece ser rediscutido, por exemplo, é essa obrigação de registrar pesquisa com cinco dias de antecedência no caso das que serão divulgadas pela imprensa. Cinco dias é um prazo muito grande. Foi um dos fatores que mais motivou especulações no mercado financeiro e deu oportunidade para espertalhões criarem pesquisas clone”.
A diretora do Ibope, Márcia Cavallari, afirmou: “Falam em erros dos institutos comparando pesquisa com a apuração, mas pesquisa não tem o papel de prever resultados. É o retrato do que ocorreu”. Ela também disse que “as pessoas mudam de candidato de última hora”.
“Há muitos erros, sim, mas que não são das pesquisas: o cadastro desatualizado do TSE, a abstenção, o eleitor que erra na hora de votar na urna eletrônica e outras variáveis que não são amostrais.”
Folha de S.Paulo
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