Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos, Rio de Janeiro (Marcelo Sayão/EFE/VEJA)
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou o rating global em moeda estrangeira e local da Petrobras de Baa1 para Baa2, e manteve a perspectiva negativa. Segundo a agência, o rebaixamento refleto alto endividamento da estatal e a visão de que ele vai diminuir significativamente apenas depois de 2016. Entre os principais agravantes do endividamento estão as pressões negativas sobre os preços do petróleo e sobre o real, assim como os altos compromissos de investimentos. O endividamento da empresa ultrapassa 300 bilhões de reais, segundo o último relatório de resultados.
"Embora a Petrobras tenha sido relativamente bem-sucedida na execução de seu ambicioso programa de capital e tenha atingido metas de produção agressivas, a alavancagem continua crescendo em 2014, tendo em vista principalmente sua incapacidade de repassar os custos relacionados aos derivados de petróleo importados, à desvalorização da moeda local e ao agressivo programa de investimentos", afirmou Nymia Almeida, da Moody's.
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Os ratings da Petrobras poderão ser rebaixados ainda mais se o aumento do endividamento for sustentado por uma proporção entre dívida e Ebitda acima de 5 vezes ou se o crescimento da produção cair abaixo das metas, segundo a Moody's. Um rebaixamento do rating soberano do Brasil também pode pressionar a classificação da empresa.
A agência afirmou que não vê uma elevação dos ratings da Petrobras no curto a médio prazo. "No longo prazo, porém, poderá haver uma elevação se houver redução da alavancagem e um aumento na produção lucrativa e nas reservas, em conjunção com um rating soberano mais alto."
Desde 2012 os aumentos do valor do barril no mercado internacional não são integralmente repassados pela Petrobras aos consumidores, num intento do governo de frear o avanço da inflação. Apenas em 2014, o prejuízo da área de Abastecimento, que controla as importações de gasolina, chega a 7 bilhões de reais. A estatal deixou de ganhar 45 bilhões de dólares desde 2012 devido ao congelamento de preços da gasolina, segundo levantamento do CBIE.
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