A Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal cumpriu medida do Ministério da Justiça e interrompeu o enterro de um homem no município de Poço Verde para escoltar o carro da funerária até o Instituto Médico Legal (IML), em Aracaju, na tarde desta quinta-feira (16). A decisão judicial determina que o corpo de um ex-presidiário morto durante suposta troca de tiros com a polícia seja submetido a uma nova perícia. José Augusto Aurelino Batista era suspeito de comandar um grupo de extermínio responsável por cerca de 20 mortes.
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A viúva Simone Correia diz que o marido foi executado. Ela afirma que Aurelino não reagiu à ordem de prisão da Polícia Civil que entrou na residência da família por volta das 3h da madrugada de quarta-feira (15).
“Ele sentou no sofá junto comigo e com a nossa filha de quatro anos que não quis desgrudar do pai. Meu marido gritou ‘eu estou aqui’ e eu só pedi para que os policiais não atirassem, foi quando um policial moreno encostou a arma nele e deu o primeiro tiro. Como eu estava abraçada com ele o tiro pegou no meu dedo e eu nem senti na hora. Ele caiu no meu colo morto com a menina de quatro anos no colo. Me afastei com ela e veio o delegado de Simão Dias e deu mais outros tiros quando meu marido estava caído de costas já morto”, relata a viúva Simone Correia.
Baleado, José chegou a receber os primeiros socorros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante o caminho para o hospital. “A viúva prestou um depoimento no fórum e o Ministério Público requisitou a Polícia Federal para que seja feita uma nova perícia”, explica o advogado da família de Aureliano, Getúlio Soares Sobral.
Em entrevista coletiva no dia do crime, a Polícia Civil informou que José Augusto teria resistido à prisão e rocado tiros com os agentes, além disso, foi apresentada uma pistola Ponto 40 niquelada e com a numeração raspada que seria dele. Nenhum policial se feriu na operação.
Peritos de Brasília devem fazer uma nova necropsia no corpo. Sobre isso, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) disse que não vai se pronunciar. Já a superintendente da Polícia Civil, Katarina Feitoza, disse que qualquer tipo de irregularidade será apurado, mas que a princípio a ação policial foi legítima.
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