Quando Alexandre Kalil decidiu que o Independência seria o estádio que receberia o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, disse que não seria por “um ou dois milhões de reais” que o Atlético-MG abriria mão do retrospecto favorabilíssimo no local. Passada a partida, o borderô mostra que o presidente atleticano, às custas da torcida, não desperdiçou tanto dinheiro assim. Entrou na conta bancária quase tanto quanto entrou na semifinal, quando o clube alvinegro lotou o Mineirão para golear o Flamengo.
Lá no fim do boletim financeiro de cada partida do Atlético-MG, há dois itens da receita líquida que representam dinheiro que entrou em caixa. Um deles é o “adiantamento” por meio do Galo na Veia Prata, plano de associação em que o torcedor compra o ingresso com antecedência, mas tem de pagar por ele – é o Galo na Veia Preto que tem entradas embutidas para todos os jogos como mandante. Outro item é o “saldo líquido”, que mostra quanto do dinheiro vivo que entrou nas bilheterias sobrou para o clube.
Na semifinal contra o Flamengo, no Mineirão, o Atlético-MG arrecadou R$ 404 mil antecipadamente via sócio-torcedor pagante e lucrou R$ 2,3 milhões com as bilheterias. O dinheiro que entrou no caixa, portanto, chegou a R$ 2,7 milhões. Já na final diante do Cruzeiro, no Independência, quarta-feira passada, os atleticanos receberam R$ 869 mil adiantados via sócio-torcedor pagante e R$ 1,7 milhão de bilheterias. Logo, foram recebidos R$ 2,65 milhões com a partida. Praticamente empatou.
Isso mostra que Kalil conseguiu igualar a receita líquida que teve com o Mineirão, na semifinal, no primeiro jogo da final no Independência. Quem pagou a conta foi o torcedor. O tíquete médio foi de R$ 274 na decisão e R$ 108 na semifinal, mais do que o dobro em relação à fase anterior e um valor exorbitante para uma população cujo salário mínimo é de R$ 724.
O borderô do primeiro jogo da final da Copa do Brasil ainda não foi publicado pela CBF em seu site oficial, quase 48 horas após a partida, mas foi obtido pelo blog na tarde desta sexta-feira.
Kalil poderia ter um lucro ainda maior se tivesse feito a final no Mineirão? Poderia ter lucrado "um ou dois milhões de reais" a mais? Uma vez que o tíquete seria igualmente alto e que caberia o dobro do público, provavelmente sim. Mas que o Atlético-MG saiu do Independência de bolsos cheios, saiu.
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