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terça-feira, 18 de novembro de 2014

COPA DO MUNDO: Fifa denuncia à Justiça da Suíça suposta corrupção na escolha de sedes das Copa

A Fifa denunciou à Justiça da Suíça uma suposta corrupção na escolha de sedes das Copa do Mundo de 2018 e 2022. Depois de apresentar conclusão, na semana passada, de que não havia indícios de pagamento de propina, a entidade máxima do futebol mundial decidiu encaminhar à Justiça da Suíça uma denúncia sobre o caso, pedindo investigação das autoridades do país.
A decisão teria sido motivada pelas declarações do investigador Michael Garcia, ex-procurador federal nos Estados Unidos, responsável por apurar suspeitas sobre a eleição da Rússia para 18 e do Qatar para 22. Garcia reagiu mal à conclusão apresentada pela Fifa, e reclamou que muitos dos aspectos levantados por seu relatório não foram levados em consideração na conclusão oficial. Segundo ele, o texto divulgado estava incompleto e com interpretações equivocadas.

Foto: AFP
Com o caso na Justiça suíça será possível conhecer mais detalhes e ir mais fundo na investigação. Os promotores públicos têm poder de pedir quebras de sigilo e de acessar documentos que a Fifa não conseguiria. Há ainda a possibilidade de punição criminal para os envolvidos, se ficar comprovada a corrupção. A recomendação de denunciar à Justiça foi feita pelo presidente do comitê de ética da Fifa, o alemão Hans-Joachim Eckert. O mesmo que na semana anterior apresentara a conclusão de que não havia indícios de pagamento de propina na escolha da Rússia e do Qatar como sedes dos próximos Mundiais.

Eckert defendeu dias atrás que o processo de escolha ocorreu “em conformidade” com os códigos de ética da Fifa. Segundo ele, havia até sinais de uma ou outra irregularidade, mas sem provas suficientes que puseseem deixar claro “qualquer indício de conduta errada”. Além de criticar a conclusão apresentada por Eckert, Garcia pedia que a Fifa reabrisse o caso. A entidade, porém, respondeu que legalmente é impedida de interferir na decisão do Comitê de êtica e, portanto, não poderia atender a solicitação do americano.
Eckert se explicou nesta terça-feira, em entrevista ao site da Fifa: "A minha declaração (da semana anterior) foi baseada no relatório de Garcia, e só posso trabalhar com o material que está ali. Na minha visão, as evidências de irregularidades ou ilegalidades eram insuficientes para que se colocasse em questão o processo como um todo" disse.
Cobrado pelo fato de só agora recomendar a denúncia à Justiça suíça, o presidente do Comitê de ética da Fifa saiu-se assim: tudo aconteceu “mais ou menos ao mesmo tempo": "Eu recomendei que a Fifa entrasse com pedido de inquérito mais ou menos ao mesmo tempo em que divulgou a conclusão da investigação". Joseph Blatter, presidente da Fifa, também falou ao site da entidade. "Eu tenho confiança no trabalho do Comitê de êtica e seu presidente. No entanto, o Comitê tem certas limitações. Como órgão de uma instituição privada, ele não tem as mesmas opções de um promotor público" disse.
A suspeita de corrupção, no caso do Qatar, surgiu após revelações de que o dirigente Mohamed bin Hammam, à época vice-presidente da Fifa, teria supostamente subornado, com pagamentos no valor total de 3 milhões de libras (mais de R$$ 11 milhões), cartolas do futebol, ao redor do mundo, para influenciar os votos na escolha da sede da Copa de 2022.
A situação piorou em 2012, quando uma reportagem do jornal inglês “Sunday Times” denunciou que houve suborno na escolha da Copa do Qatar. Depois da reportagem, a Fifa abriu investigação sobre o caso. Hammam foi membro da executiva que deu a vitória ao Qatar sobre EUA, Japão e Austrália. Ele foi banido da Fifa por corrupção, mas em episódio sem relação com o Mundial de 2022. Hammam teria tentado comprar o voto de federações do Caribe em sua candidatura a presidente da Fifa contra Blatter, no pleito que garantiria ao suíço seu quarto mandato como presidente da entidade. No relatório final da investigação da Fifa a candidatura do Qatar foi desvinculada de Hammam.
No caso da Rússia, a investigação aconteceu simultânea à do Qatar. No relatória divulgado pela Fifa, embora livre das denúncias de corrupção, os russos foram criticados por dificultarem a investigação. O relatório afirmou não ter conseguido encontrar qualquer prova de má conduta em relação à candidatura russa, embora tenha acrescentado que nem todos os documentos estavam disponíveis durante a investigação: “O Comitê de Seleção da Rússia 2018 só disponibilizou uma quantidade limitada de documentos para análise".
Alexey Sorokin, chefe do comitê da Rússia-2018, disse que o país não tem nada a esconder. Dirigentes teriam escondido e destruído computadores, negando aos investigadores do comitê de ética da Fifa o acesso a e-maills durante a investigação. "Não temos nenhum tipo de emoção particular (sobre o relatório da Fifa) porque sempre confiamos que não surgiria nada dessa investigação. Era algo que a Fifa considerava importante, foi feita, nós participamos, cumprimos com a nossa obrigação, o que mais podemos fazer?" disse o dirigente russo.
Sobre a questão dos e-mails, Sorokin insistiu que existe uma explicação plausível. - Não há e-mails deletados. Nos alugamos os equipamentos e tivemos que devolver. Então devolvemos. Nós nem sabemos onde eles estavam. 

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Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
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