por FIES, ascom
Diante da situação que ocorreu na última semana, com a decisão do juiz da 2ª Vara da Justiça Federal no Estado, Ronivon Aragão, que declarou a inconstitucionalidade das leis municipais que permitem a construção de edifícios com mais de 12 andares na capital sergipana, o fato tem gerado grande preocupação para a Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES).
Porém, a questão ainda mais preocupante para o Sindicato e para o Sistema Indústria de Sergipe são as possíveis demissões que poderão ocorrer, caso a decisão seja mantida. “A preocupação maior das empresas neste momento é de cunho social. Ao paralisar as obras, a consequência imediata será a demissão em massa. Não há como as empresas manterem milhares de trabalhadores com obras paradas. Isso vai gerar um caos social. Além do mais, o mercado sergipano não tem como absorver este contingente imediatamente. Se todas as construtoras demitirem, faço uma pergunta: Para onde vão esses trabalhadores?”, questiona o presidente do Sinduscon/SE, Tarcísio Teixeira.
Segundo um levantamento feito pelo Sinduscon/SE, a medida atinge mais de 40 obras de 30 empresas associadas, sem contar as obras de cooperativas e das empresas não associadas ao Sindicato e à Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário de Sergipe (ADEMI-SE). Ao todo, serão 12 mil trabalhdores diretos, que poderão ser atingidos com a decisão. “Além de todos esses trabalhadores serem prejudicados, esse déficit impacta ainda na economia do Estado”, enfatiza o presidente da FIES, Eduardo Prado.
Apesar das obras não estarem paralisadas, devido a um acordo/prazo de 30 dias que foi estabelecido para as adequações das obras, a FIES acredita que o diálogo entre os órgãos competentes, Poder Judiciário, Prefeitura de Aracaju, OAB/SE e a indústria da construção civil em Sergipe, pode evitar que a decisão seja mantida e que milhares de trabalhadores sejam prejudicados.
A FIES concorda com o Sindicato das Indústrias de Construção Civil de Sergipe (Sinduscon/SE). Para o Sindicato, o diálogo respeitoso com o Poder Judiciário e a OAB/SE, com objetivo de oferecer subsídios técnicos de engenharia para a análise criteriosa da ocupação do solo urbano na capital são essenciais. “Precisamos somar forças para o bem comum, o Sinduscon/SE e a ADEMI-SE reforçam o compromisso do setor da construção civil com o desenvolvimento sustentável e econômico do estado de Sergipe e propõem o diálogo aberto junto à comunidade, às autoridades governamentais, ao judiciário brasileiro e conselhos de classe para uma solução eficaz e ágil em prol do nosso povo”, ressalta Tarcísio Teixeira.
Cerâmica Vermelha
O impasse preocupa ainda o setor do segmento de cerâmica vermelha em Sergipe. Para o empresário e membro do Sindicato das Indústrias de Cerâmica e Olarias de Sergipe (Sindicer/SE), José Abílio Guimarães, caso a decisão seja mantida o setor também irá sofrer duras penalidades. “Claro que isso vai impactar não só na mão-de-obra do setor da construção civil mas também no segmento da cerâmica vermelha. Se o número de demanda e de obras cai, a nossa venda e produção de materiais cerâmicos também reduz. Isso é inevitável. Outro ponto é a demissão. Se não produzimos e vendemos como deveríamos, não vamos conseguir manter o mesmo número de funcionários nas empresas”.
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