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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

SERGIPE: Em juízo, taxista diz que enteado de secretário da SSP tentou fazer assalto

Marina FonteneleDo G1 SE

 Vítima, testemunhas e policiais do caso que envolve Ítalo Bruno Araújo Fonseca, enteado do Secretário de Estado da Segurança Pública (SSP), João Eloy de Menezes, foram ouvidos em audiência realizada na manhã desta terça-feira (11) na 2ª Vara Criminal do Fórum Gumersindo Bessa em Aracaju. Ítalo e o amigo Eduardo Aragão de Almeida respondem por porte ilegal de arma de uso restrito da polícia e usurpação da punção pública.
Em depoimento, o taxista Roberto Basílio Cabral Silva reafirmou que foi vítima de tentativa de assalto ao ser abordado por Ítalo, que estaria com uma arma de fogo e uma lanterna. “Ele falou dinheiro, dinheiro! Inicialmente pensei que fosse uma abordagem da polícia quando a caminhonete parou, mas quando baixei metade do vidro do passageiro da frente percebi qual era a intenção dele”, disse.
No dia 25 de maio deste ano Ítalo e Eduardo foram encaminhados à Delegacia Plantonista da capital após serem detidos suspeitos de utilizarem armas de uso restrito da polícia para abordar veículos na região da Orla da Atalaia. Na ocasião, o taxista estava com quatro pessoas e foi abordado quando parou para deixar uma das passageiras em casa.
A testemunha Eugênia Maria Nascimento Freire estava sentada no banco atrás do passageiro e disse que viu o suspeito com uma arma apontada para o carro. “Senti minha vida ameaçada, pensei que fosse um assalto e me abaixei, mas fiquei tentando ver o que estava acontecendo. Com medo eu praticamente ordenei que o taxista levantasse o vidro e saísse dali e foi o que ele fez, mas depois me preocupei porque essa atitude minha poderia ser uma reação se fosse realmente um assalto”, relata.
Eugênia não confirmou, mas também não negou a possibilidade de tentativa de assalto. Ela disse que não ouviu o enteado do secretário pedindo para passar o dinheiro. “Depois do ocorrido ficamos conversando para tentar entender o que aconteceu, se fosse realmente um roubo o que teria feito o suspeito desistir. Ficou a dúvida do que a pessoa queria com a gente, coisa boa não era com uma arma apontada para a gente em uma rua escura”, comentou.
Caminhonete estava estacionado na Passarela do Caranguejo (Foto: Flávio Antunes/G1)Caminhonete estava estacionada em frente a
Passarela do Caranguejo (Foto: Flávio Antunes/G1)
Abordagem policial
Na mesma madrugada do fato outros chamados foram registrados no Centro Integrado de Operação de Segurança Pública (Ciosp) com queixas de que uma dupla estava fazendo abordagens e se identificando como policiais.
O policial militar Antônio Rigor Junior foi o primeiro a chegar. “Como tinham homens armados pedi reforço, me aproximei do estacionamento da Passarela do Caranguejo com o giroflex apagado e vi Ítalo com uma pistola e Eduardo com um fuzil abordando um carro de passeio. Depois fiz a abordagem e o rapaz se identificou como filho do secretário João Eloy e o outro disse que era policial civil e apresentou uma carteira de identificação profissional falsa”, diz.
No carro foram encontradas cerca de 60 munições, duas pistolas Ponto 40, um fuzil e uma pistola tipo beretta. O material seria de uso de João Eloy e pertenciam à SSP.
Após a prisão dos suspeitos o taxista foi chamado até a Passarela do Caraguejo para fazer o reconhecimento e, conforme informações do processo, ele reconheceu de imediato o enteado do secretário João Eloy.
“Um policial que se identificou como sargento Souza pegou a chave do veículo para ninguém fazer a revista. Já na Delegacia Plantonista havia funcionários da SSP, inclusive militares, que tentaram evitar o encaminhamento da ocorrência, disseram que não era necessário”, revela o PM Severo de Jesus Santos sobre a suposta tentativa de ‘abafar’ o caso da prisão de Ítalo. O policial militar Carlos Júlio de Jesus também participou da audiência desta terça-feira (11). “O Eduardo sustentou que era policial civil até ele chegar na Delegacia Plantonista”.
Defesa
O advogado Guilherme Martins Maluf saiu confiante da audiência. “Eugênia disse que não ouviu Ítalo anunciar assalto, isso põe em questão o depoimento do taxista”.
Já o advogado de Eduardo, Samuel Pedro Daud, destaca que o cliente não estava no carro no momento da abordagem e que ele estava em uma festa e só entrou no veículo depois, quando o amigo pediu uma ajuda. “Ele tinha a carteira de polícia porque já trabalhou em um órgão da SSP, mas atualmente era funcionário de uma granja. Eduardo se apresentou como policial com medo de algum tipo de agressão”, argumenta.
Nova audiência
O juiz Leonardo Souza Santana Almeida marcou uma nova audiência para o dia 11 de dezembro deste ano quando deverão ser ouvidas mais cinco testemunhas, sendo uma de defesa dos réus. Ìtalo e Eduardo devem comparecer a 2ª Vara Criminal na mesma data para o caso de serem convocados para um interrogatório.
Entre os intimados para a próxima fase do processo tem um alemão, esposo de Eugênia. Para auxiliar no depoimento a Justiça solicitou o auxílio de um tradutor. Outro estrangeiro está morando na Alemanha, ele também estava no táxi. O juiz disse ao G1 que só vai solicitar a fala dele caso ainda reste alguma dúvida sobre o caso.
Também participaram desta primeira audiência a promotora Juliana Checcucci Carballal, do Ministério Público do Estado (MP).

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Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
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