A atriz Drica Moraes anunciou na última sexta-feira (6) o seu afastamento definitivo das gravações da novela Império, da rede Globo. Ela, que interpretou a segunda fase da vilã Cora, será substituída por Marjorie Estiano, que viveu a personagem na fase jovem. Já com saudade da companheira de elenco, Alexandre Nero publicou um texto emocionante em uma rede social.
O ator, que dá vida ao Comendador José Alfredo, desejou boa sorte à Drica e não poupou elogios à atriz.
Foto: Divulgação
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Veja o texto de Alexandre Nero na íntegra:
Contracenar com a Drica Moraes é tão engrandecedor, tão definitivo, pela atriz e pessoa doce-gentil-diaba-profissional-desgraçadamentengraçada que fica difícil falar algo sobre a ausência dela na novela que não seja "melhore logo, e se der volte", seja como Cora, Coralina, Carolina, Creolina, uma cobra ou mesmo Zé Alfredo. Ela dará um show na pele que quem estiver. Como se substitui uma das principais personagens de uma novela de sucesso absoluto (cerca de 60/70 milhões/expectadores/dia) interpretada por uma das melhores atrizes do mundo da noite para o dia? (Mundo sim! Me nego a me entregar ao complexo de vira-lata no quesito novela. O que fazemos é muito foda. Novela não é filme, nem seriado, nem teatro. É insanamente difícil para o ator. Eu diria "impossível", caso já não existisse. Por isso não devemos mesmo nada a qualquer lugar do mundo).
Pra substituir vem (ou volta) Marjorie Estiano, a Cora de 28 anos atrás na primeira fase da novela. Ontem gravei as cenas da sua primeira aparição nessa nova fase. Marjorie foi chamada às pressas, e da noite pro dia encarou uma das principais e mais esperadas cenas da novela: "a primeira noite de amor na vida de Cora". Como eu já sabia e só se confirmou, fui testemunha de uma das mais brilhantes interpretações que já vi. O extraordinário sempre nos deixa perplexos. Marjorie é desse tipo de artista.
Portanto sai Drica, entra Marjorie. Sai gênia e entra gênia.
Quanto à solução que Aguinaldo criou na trama para essa substituição, só creio cada vez mais que Aguinaldo nasceu no país de Lewis Carroll, tomou suco da mesma laranja de Anthony Burgess, que diria "inverte a coerência lógica do mundo O modo bizarro de fazer sentido". Em seu ensaio intitulado “Nonsense”, discorre que a mesma é um misto de sarcasmo e riso, ingenuidade e ternura. Na solução nonsense, é possível imaginar o modo como Aguinaldo percebe a sociedade em que vive e se integra. Uma escrita que surge como via de protesto. Há tons humorísticos no discurso, não anunciando apenas o absurdo, mas uma espécie de niilismo entre o mundo e as suas representações, nós próprios e as coisas.
Sobre o Aguinaldo talvez Deleuze dissesse: "O nonsense, aquele que desafia a realidade que temos como normal"
Eu digo: "Vc é um louco de pedra! Um sacana! Um zoeiro! Não tem medo do ridículo? Do estapafúrdio? Fez o que não podia! É um absurdo o que vc está fazendo. Passou dos limites!" (e isso, sim, seria um ELOGIO, pois, mais que a Lua, admiro os lunáticos).
Ps: quanto a alguns óbvios comentários de que se o Comendador também fará plástica e voltará o Chay, revelo: O que vcs ainda não perceberam é que "Alexandre Nero" é um heterônimo do Chay. Eu não existo! O "Nero" é o Chay com maquiagem e barba, cabelo e barriga postiças. Essa é a mais pura verdade! Sinto decepcioná-los mais uma vez.
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