A mensagem em alemão na camisa e o aparelho no peito resumem tudo: nada é impossível. Com as marcas da batalha pela vida revestindo o corpo e uma alma de vencedor, o atacante Daniel Engelbrecht mostrou o que é uma volta por cima. No último sábado, o atacante que tem anjo no nome (em germânico se escreve "Engel") deu o ar de sua graça pela segunda vez em campo depois de ficar 16 meses afastado por causa de um ataque cardíaco enquanto jogava - chegou a ser reanimado no gramado. Desaconselhado pelos médicos a voltar a fazer o que mais gosta, o atleta de 24 anos passou por quatro operações no coração, implantou um desfibrilador para controlar o fluxo sanguíneo, impedindo a morte súbita, e foi à luta. No último dia 22 de novembro, voltou a atuar em partida oficial pelo Stuttgarter Kickers, na terceira divisão de seu país, por sete minutos. E neste fim de semana deu brilho definitivo ao seu retorno, ao entrar contra o Wehen Wiesbaden aos 38 do segundo tempo e fazer o gol da vitória por 2 a 1 aos 45. Na comemoração, êxtase diante de três mil torcedores no acanhado estádio da cidade de Reutlingen.
Assista ao desenrolar da partida no vídeo abaixo, confira o gol e a comemoração pela vitória de Daniel Engelbrecht:
A quem o questionava sobre o risco que corria ao voltar a jogar, o alemão deu uma lição de vida.
- Claro que tenho medo. E acho que não me libertarei nunca dele. Mas amo muito este esporte para parar. Vivi um ano de inferno, não posso me estressar, não posso me cansar, devo ter a vida de um octogenário. Por isso, quero voltar a campo e ter essa emoção, a maior da minha vida - disse Daniel Engelbrecht, em declaração reproduzida pelo jornal italiano "Gazzetta dello Sport".
Mas engana-se quem acha que o alemão se dá por satisfeito. Sua história de recuperação ainda promete mais capítulos.
- Creio que estão todos contentes por mim no estádio, até os torcedores adversários. Todos sabem o que vivi. Foi me dado de presente, um dia do qual me lembrarei com emoção por toda a vida. Mas espero viver outros momentos do gênero - disse Engelbrecht.
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