A "caverna" descoberta nesta terça-feira (9) sob um dos pavilhões do maior presídio do Rio Grande do Norte já era conhecida pelos que conhecem o sistema penitenciário potiguar. De acordo com o juiz titular da Vara de Execuções Penais de Natal, Henrique Baltazar, até a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) chegou a ser chamada para tentar localizar a galeria achada por baixo do Pavilhão 1, o maior da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal.
"Faz tempo que se tenta descobrir onde está. É um trabalho de anos. Foi descoberta a partir dos túneis feitos pelos presos nas celas, mas algumas entradas foram fechadas pelos detentos e ninguém conseguia achar o caminho para chegar lá. Há registros de detentos que morreram soterrados nos últimos anos justamente no Pavilhão 1. É coisa antiga e já foi muito usado para fugas", revela Baltazar.
"Faz tempo que se tenta descobrir onde está. É um trabalho de anos. Foi descoberta a partir dos túneis feitos pelos presos nas celas, mas algumas entradas foram fechadas pelos detentos e ninguém conseguia achar o caminho para chegar lá. Há registros de detentos que morreram soterrados nos últimos anos justamente no Pavilhão 1. É coisa antiga e já foi muito usado para fugas", revela Baltazar.
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Sobre o caso da UFRN, o próprio juiz e representantes do sistema penitenciário potiguar chegaram a se reunir com a instituição, que preferiu não participar do processo por questões de segurança de alunos e professores. "A universidade possui um equipamento que faz uma busca embaixo do solo e pode descobrir cavernas, mas a instituição preferiu não se envolver", ressalta.
Um vídeo gravado por agentes penitenciários nesta terça mostra que a galeria possui diversas passagens, de diferentes tamanhos, para serem usadas pelos presos. Os túneis, segundo Baltazar, vêm das celas ou levam para o lado de fora. O juiz explica que os presos cavam túneis menores até a galeria maior e de lá fazem novas escavações para chegar na área externa da penitenciária.
De acordo com o magistrado, havia uma grande fuga programada. "A ideia deles era realizar uma fuga em massa. Conversamos bastantes com os órgãos sobre essa segurança externa. É preciso colocar a Polícia Militar para cumprir esse papel. O pessoal do sistema prisional faz o possível. Com o trabalho de inteligência e denúncias foi possível evitar, mas todo fim de ano a gente sabe que acontecem grandes tentativas de fuga", conta o juiz.
O Pavilhão 1, o maior de Alcaçuz, abriga parte dos presos investigados na Operação Alcatraz, deflagrada no início do mês e que aponta a existência de facções ditando regras e comandando crimes a partir de presídios do Rio Grande do Norte.
Um vídeo gravado por agentes penitenciários nesta terça mostra que a galeria possui diversas passagens, de diferentes tamanhos, para serem usadas pelos presos. Os túneis, segundo Baltazar, vêm das celas ou levam para o lado de fora. O juiz explica que os presos cavam túneis menores até a galeria maior e de lá fazem novas escavações para chegar na área externa da penitenciária.
De acordo com o magistrado, havia uma grande fuga programada. "A ideia deles era realizar uma fuga em massa. Conversamos bastantes com os órgãos sobre essa segurança externa. É preciso colocar a Polícia Militar para cumprir esse papel. O pessoal do sistema prisional faz o possível. Com o trabalho de inteligência e denúncias foi possível evitar, mas todo fim de ano a gente sabe que acontecem grandes tentativas de fuga", conta o juiz.
O Pavilhão 1, o maior de Alcaçuz, abriga parte dos presos investigados na Operação Alcatraz, deflagrada no início do mês e que aponta a existência de facções ditando regras e comandando crimes a partir de presídios do Rio Grande do Norte.
Questionado sobre como os presos teriam retirado tanta areia para escavar a galeria gigante, o juiz lembra uma história curiosa de Alcaçuz. "Tem uma torre alta na frente do presídio que estava interditada por causa de um vazamento na caixa d'água. Quando o serviço foi feito e o vazamento consertado, os agentes subiram no local e viram o teto do Pavilhão 1 amarelo. Só que as telhas são vermelhas. A situação foi checada de perto e descobriram que se tratava de areia", afirma o magistrado.
Segundo Baltazar, os detentos jogaram muita areia no teto do Pavilhão 1 e pelas celas. "Isso foi cavado durante muito tempo. O presídio fica em cima de uma duna e não foi construído com um material para evitar escavação", critica. O juiz lembra que o Presídio Rogério Coutinho Madruga, unidade anexa que ficou conhecida como Pavilhão 5 de Alcaçuz, tem uma estrutura diferente. "Existe uma tela de metal e não tem como cavar. Em Alcaçuz isso não existe. Foi construído em um lugar que não poderia ser", completa.
Segundo Baltazar, os detentos jogaram muita areia no teto do Pavilhão 1 e pelas celas. "Isso foi cavado durante muito tempo. O presídio fica em cima de uma duna e não foi construído com um material para evitar escavação", critica. O juiz lembra que o Presídio Rogério Coutinho Madruga, unidade anexa que ficou conhecida como Pavilhão 5 de Alcaçuz, tem uma estrutura diferente. "Existe uma tela de metal e não tem como cavar. Em Alcaçuz isso não existe. Foi construído em um lugar que não poderia ser", completa.
Maior fuga da história
A maior fuga da história da Penitenciária Estadual de Alcaçuz aconteceu no dia 20 de janeiro de 2012. Ao todo, 41 detentos escaparam das celas, que estavam sem cadeados, e passaram por cima do muro do chamado Pavilhão 5 da unidade, onde hoje funciona o Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga.
Quando inaugurado, em dezembro de 2010, o pavilhão era considerado de segurança máxima. Dos que escaparam, 28 foram recapturados e 9 morreram em ações criminosas. Quatro continuam foragidos.
Segundo túnel descoberto em uma semana
Na última quarta-feira (3), uma revista realizada no Pavilhão 4 de Alcaçuz encontrou um túnel na quadra usada pelos detentos para o banho de sol. Na ocasião, o diretor da penitenciária explicou que os presos utilizaram sacos de areia e o próprio piso de pedra da quadra para esconder o túnel. "Fizeram um corte naquele espaço e camuflaram com pedras. O local é usado pelo menos quatro vezes por semana para banhos de sol e visitas íntimas. São momentos em que os presos sabem que não há uma segurança mais enérgica", ressalta o diretor. Freire acredita que vários detentos se revezaram para cavar o túnel.
A maior fuga da história da Penitenciária Estadual de Alcaçuz aconteceu no dia 20 de janeiro de 2012. Ao todo, 41 detentos escaparam das celas, que estavam sem cadeados, e passaram por cima do muro do chamado Pavilhão 5 da unidade, onde hoje funciona o Presídio Estadual Rogério Coutinho Madruga.
Quando inaugurado, em dezembro de 2010, o pavilhão era considerado de segurança máxima. Dos que escaparam, 28 foram recapturados e 9 morreram em ações criminosas. Quatro continuam foragidos.
Segundo túnel descoberto em uma semana
Na última quarta-feira (3), uma revista realizada no Pavilhão 4 de Alcaçuz encontrou um túnel na quadra usada pelos detentos para o banho de sol. Na ocasião, o diretor da penitenciária explicou que os presos utilizaram sacos de areia e o próprio piso de pedra da quadra para esconder o túnel. "Fizeram um corte naquele espaço e camuflaram com pedras. O local é usado pelo menos quatro vezes por semana para banhos de sol e visitas íntimas. São momentos em que os presos sabem que não há uma segurança mais enérgica", ressalta o diretor. Freire acredita que vários detentos se revezaram para cavar o túnel.
Alcaçuz
Alcaçuz foi inaugurada em 1998. Quando erguida, chegou a ser considerada pelo Estado como unidade de segurança máxima. Em 2012, a unidade passou dois meses interditada por condições degradantes de estrutura.
Alcaçuz foi inaugurada em 1998. Quando erguida, chegou a ser considerada pelo Estado como unidade de segurança máxima. Em 2012, a unidade passou dois meses interditada por condições degradantes de estrutura.
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