A 500 dias dos Jogos do Rio de Janeiro, impossível não lembrar que, mais uma vez, a seleção brasileira masculina de futebol tentará o tão sonhado ouro.
Essa obsessão pelo lugar mais alto do pódio não é de hoje. Tudo começou em 1984, em Los Angeles, quando o Brasil de Dunga perdeu a final para a França. desde então, a coleção de fracassos só aumentou.
Nos últimos ciclos, o Brasil teve seleções sub-23 de dar inveja a muito time adulto, mas o sucesso nunca foi pleno. Sempre existiu uma Nigéria ou um México no caminho.
A seguir, relembramos cinco fracassos retumbantes da seleção brasileira em busca do único título que lhe falta:
Brasil 0 x 2 França, final de Los Angeles-1984:
Comandada por Jair Picerni e com Dunga no meio-campo, a seleção passou 100% pela fase de grupos, com três vitórias em três jogos. Nas quartas, penou para vencer o Canadá e só levou a vaga nos pênaltis. Na fase seguinte, encontrou a Itália, levando a melhor por 2 x 1. Veio a decisão ante a França de Henry Michel. O Brasil até jogou bem, teve grandes chances, mas acabou sucumbindo por 2 x 0. Naquela campanha.
Brasil 1 x 2 União Soviética, final de Seul-1988:
Recheada de jogadores que seis anos mais tarde seriam campeões mundiais entre os adultos, o Brasil entrou como bicho-papão no torneio sul-coreano. Com Romário, Taffarel, Neto e Jorginho entre os destaques, a seleção, dirigida por Carlos Alberto Silva, passou invicta na primeira fase. Na sequência, bateu Argentina, nas quartas, e, nas semifinais, Alemanha Ocidental nos pênaltis. Na decisão, contra a União Soviética, Romário abriu o placar, mas os soviéticos empataram no segundo e viraram na prorrogação. Outra prata na conta.
Brasil 3 x 4 Nigéria, semifinal de Atlanta-1996:
A geração de 1996 é considerada até hoje uma das mais talentosas que o Brasil teve numa Olimpíada. Afinal, que time poderia contar com o talento de Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos, Dida e Luizão? Pois bem, o ouro ‘cantado’ virou água antes do esperado. Na fase de grupos, o Brasil, então comandado por Zagallo, técnico também da principal, tropeçou para o Japão na estreia, mas depois engatou: bateu Hungria e Nigéria. Nas quartas, 4 x 2 sobre Gana com atuação de gala de Ronaldo, então apenas Ronaldinho. Nas semifinais, novamente a Nigéria. O Brasil chegou a abrir 3 x 1, com Flávio Conceição, duas vezes, e Bebeto, um dos decanos daquele time. Mas a Nigéria conseguiu uma remontada épica, muito graças a Kanu, autor do gol de empate e da virada. Na disputa pelo bronze, goleada canarinha sobre Portugal por 5 x 0.
Brasil 1 x 2 Camarões, quartas de Sydney-2000:
Em 2000, Vanderlei Luxemburgo preferiu deixar os jogadores acima dos 23 anos de fora e privilegiou os mais jovens. Ronaldinho e Alex eram as estrelas dum time que havia sobrado no Pré-Olímpico de 1999. Na primeira fase, classificação assegurada apenas no terceiro jogo, contra o Japão, num apertado 1 x 0, gol de Alex. Parecia um prenúncio do pior. Nas quartas de final, um talentoso Camarões, que tinha Kameni no gol e Eto’o e Mboma no ataque. Os africanos saíram na frente, com Mboma. Com dois a mais, o Brasil só foi arrancar o empate no último lance de jogo, com Ronaldinho cobrando falta. Na prorrogação, bem mais inteira que a seleção camaronesa, o Brasil conseguiu o improvável: levar o gol da virada, de Mbami, que passou tranquilamente por dois defensores antes de vazar Helton.
Brasil 1 x 2 México, final de Londres-2012:
A sina, enfim, parecia ter chegado ao final em Londres. Sem a Argentina, que havia faturado o ouro de forma consecutiva em 2004 e 2008, e com uma irreconhecível Espanha eliminada ainda na primeira fase, o Brasil de Neymar e Oscar viu seu caminho livre para o inédito ouro. Na primeira fase, 100%. Depois, enfileirou Honduras e Coreia do Sul. Na final, um México pouco badalado e sem Chicharito Hernández, seu principal jogador. Só que havia um Peralta no caminho… O jovem atacante marcou duas vezes, uma em cada tempo, e selou o título à La Tri. Hulk ainda descontou no final do jogo, mas a prata já era fato consumado. Mais uma vez.
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