Os companheiros de time usavam as camisas para abanar, e pediam pelo apoio da ambulância. O motorista, desatento, não saiu de dentro do veículo, que não tinha médico e estrutura para socorro. Nem o veículo estava em condições.
Depois de gritos e 'batidas' na porta, enfim, o motorista apareceu sem mesmo saber do que se tratava. E estava só. Sem médico. O campo contava apenas com o apoio de dois fisioterapeutas, cada um de um time e o responsável pela ambulância, que pouco sabia auxiliar no socorro. Foram cerca de cinco minutos até conseguirem colocar Douglas na maca para que fosse levado ao hospital João Lúcio, aonde se encontra lúcido e onde passará à noite para exames mais detalhados, já que uma fratura na costela não está descartada.
O cenário era degradante, e o desespero saía em forma de revolta dos atletas. “Isso é negligência médica. E se morre em campo?”, gritou um atacante do Borbense. Outro atleta chegou a criticar duramente o campeonato estadual.
- É vergonhoso. Vergonhoso ver uma coisa dessas acontecer. Campeonato de m*****!
AMBULÂNCIA NO PREGO
Ambulância fica no prego e atletas, comissão técnica e policiais precisam empurrar (Foto: Isabella Pina)
Quando o atleta foi levado de maca pelos próprios companheiros de time e comissão técnica, tudo parecia resolvido, mas um novo episódio se criou com gritos e novo desespero. O carro estava quebrado, sem sair do lugar.
“Deu prego!”, gritou o motorista após um policial pedir para que saísse com a ambulância.
Revoltados, jogadores, policiais e membros das comissões técnicas empurraram o veículo, que voltou a falhar na saída do estádio. Uma medida de urgência foi tomada. De acordo com o tenente Jaris, da Polícia Militar, o goleiro precisou ser “transferido” para a caçamba da caminhonete da PM para ser transportado até o SPA (Serviço de Pronto Atendimento) do Coroado, Zona Leste de Manaus. De lá, desta vez em uma ambulância real e com apoio médico, seguiu para o Hospital João Lúcio.
Revoltados, jogadores, policiais e membros das comissões técnicas empurraram o veículo, que voltou a falhar na saída do estádio. Uma medida de urgência foi tomada. De acordo com o tenente Jaris, da Polícia Militar, o goleiro precisou ser “transferido” para a caçamba da caminhonete da PM para ser transportado até o SPA (Serviço de Pronto Atendimento) do Coroado, Zona Leste de Manaus. De lá, desta vez em uma ambulância real e com apoio médico, seguiu para o Hospital João Lúcio.
Atletas fizeram maior parte do socorro e transporte de Douglas até a ambulância (Foto: Isabella Pina)
Sem mais ambulância no estádio e, segundo o regulamento, com 2/3 da partida já cumpridos, o jogo foi então encerrado oficialmente aos 42 minutos do segundo tempo.
REPROVAÇÃO
O técnico e dirigente do Nacional Borbense, Robson Sá, fez duras críticas à organização do Campeonato.
- É inadmissível. A gente, que joga no interior, consegue fazer tudo certinho, com equipe médica, desfibrilador e tudo mais que é preciso. E aqui, na capital, trazem uma ambulância maquiada. Uma ambulância que não tinha médico ou equipamento. Total desorganização. Tem que rever isso, para que um dia um jogador não chegue a óbito e escancare a desorganização do Campeonato Amazonense.
Técnico do Borbense (camisa preta) criticou desorgnização (Foto: Isabella Pina)
ESTADO DE SAÚDE
O presidente do Borbense, Rodenílson Fonseca, assegurou que Douglas chegou ao hospital consciente. A suspeita do fisioterapeuta do clube é de que o goleiro tenha fraturado uma costela, mas ainda passaria por bateria de exames para confirmar a lesão.
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