Você é uma dessas pessoas que gastam em litros e mais litros de água engarrafada para garantir a saúde? Cuidado. Seu investimento pode não estar valendo nada. O alerta é dado pelo doutor em Saúde Ambiental e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Luiz Roberto Moraes que lembra que nem toda água envasada é mineral ou apresenta qualidade superior à encontrada nas torneiras.
De acordo com o técnico da Diretoria da Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado (Divisa, o químico Orion de Queiroz, os problemas com a água mineral consumida na Bahia geralmente ocorrem com os garrafões de 20 litros e dizem respeito à forma de conservação nos depósitos e distribuidoras, no roubo de lacres e comércio ilegal e nas dificuldades de promover o recolhimento fiscal e a qualidade do produto ao mesmo tempo. “Há um rigoroso controle da qualidade da saída da água do poço até o envasamento e a entrega nos caminhões, os problemas ocorrem desse ponto até chegar ao consumidor final”, explica o químico.
O primeiro desses problemas reside no fato de que os garrafões são reutilizáveis. “Esses vasilhames possuem a duração de apenas três anos, depois disso eles se tornam inadequados para acondicionar a água, aliado a isso a matéria-prima para a fabricação deve ser virgem, logo, eles não podem ser reciclados”, explica, ressaltando que o vasilhame reciclado, geralmente, apresenta uma coloração escura que não permite enxergar o nível da água.
Os locais de depósito desses vasilhames de água também precisam de cuidados. Orion de Queiroz destaca que o plástico é poroso e, em contato com substâncias químicas, sujeira, umidade, termina absorvendo esses contaminantes e passando gosto e impureza para a água. “Os garrafões não podem ficar no chão ou em locais próximo a bombas de gasolina, é preciso que eles fiquem armazenados sobre paletes que não sejam de madeira, pois esses molham e abrigam micro-organismos”, destaca, ressaltando que eles também não podem ficar em lugares abertos, sujeitos à ação da chuva e sol.
O roubo de lacres e a comercialização de produtos sem lacre sanitário e selo fiscal são cada vez mais comuns. “Como esse processo termina sendo um desafio para a Vigilância, é fundamental que o cidadão auxilie, tomando cuidado com os locais onde vai comprar esses garrafões”, diz.
O subcoordenador da Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Lourenço Oliveira, destaca que, infelizmente, as ações de fraude nesse tipo de bebida estão cada vez mais sofisticadas, sobretudo pelo aumento de consumo desses produtos. “Nessas situações, é necessário que haja uma ação conjunta entre os órgãos de saúde e a polícia”, esclarece. Para se ter uma ideia da importância de uma água sem contaminação na própria rede, o representante do município lembra que desde que a capital baiana começou a fazer o monitoramento da distribuição da água na rede, em 2011, houve uma redução de 70% nos casos de diarreia que chegavam à rede pública.
De acordo com o técnico da Diretoria da Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado (Divisa, o químico Orion de Queiroz, os problemas com a água mineral consumida na Bahia geralmente ocorrem com os garrafões de 20 litros e dizem respeito à forma de conservação nos depósitos e distribuidoras, no roubo de lacres e comércio ilegal e nas dificuldades de promover o recolhimento fiscal e a qualidade do produto ao mesmo tempo. “Há um rigoroso controle da qualidade da saída da água do poço até o envasamento e a entrega nos caminhões, os problemas ocorrem desse ponto até chegar ao consumidor final”, explica o químico.
O primeiro desses problemas reside no fato de que os garrafões são reutilizáveis. “Esses vasilhames possuem a duração de apenas três anos, depois disso eles se tornam inadequados para acondicionar a água, aliado a isso a matéria-prima para a fabricação deve ser virgem, logo, eles não podem ser reciclados”, explica, ressaltando que o vasilhame reciclado, geralmente, apresenta uma coloração escura que não permite enxergar o nível da água.
Os locais de depósito desses vasilhames de água também precisam de cuidados. Orion de Queiroz destaca que o plástico é poroso e, em contato com substâncias químicas, sujeira, umidade, termina absorvendo esses contaminantes e passando gosto e impureza para a água. “Os garrafões não podem ficar no chão ou em locais próximo a bombas de gasolina, é preciso que eles fiquem armazenados sobre paletes que não sejam de madeira, pois esses molham e abrigam micro-organismos”, destaca, ressaltando que eles também não podem ficar em lugares abertos, sujeitos à ação da chuva e sol.
O roubo de lacres e a comercialização de produtos sem lacre sanitário e selo fiscal são cada vez mais comuns. “Como esse processo termina sendo um desafio para a Vigilância, é fundamental que o cidadão auxilie, tomando cuidado com os locais onde vai comprar esses garrafões”, diz.
O subcoordenador da Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Lourenço Oliveira, destaca que, infelizmente, as ações de fraude nesse tipo de bebida estão cada vez mais sofisticadas, sobretudo pelo aumento de consumo desses produtos. “Nessas situações, é necessário que haja uma ação conjunta entre os órgãos de saúde e a polícia”, esclarece. Para se ter uma ideia da importância de uma água sem contaminação na própria rede, o representante do município lembra que desde que a capital baiana começou a fazer o monitoramento da distribuição da água na rede, em 2011, houve uma redução de 70% nos casos de diarreia que chegavam à rede pública.
Importância
O nutricionista e professor da Unime Luan Lisboa destaca que para que qualquer reação metabólica possa ocorrer no corpo humano é preciso que haja água. “Até a temperatura do corpo é controlada pela presença da água, por isso ela é um nutriente tão fundamental”, explica, lembrando que, além da sede, um corpo desidratado apresentará dor de cabeça, boca seca, sensação de tontura, pele seca.
Lisboa destaca que o consumo mínimo para um adulto é a partir de dois a três litros por dia. “Quanto maior for a massa corporal da pessoa, maior será a sua necessidade de água”, destaca o nutricionista, salientando a importância de fracionar o consumo ao longo do dia. “Não adianta beber água demais em apenas poucos horários do dia, pois isso só aumentará a produção de urina e não garantirá uma hidratação”, ensina.
O gastroenterologista e coordenador médico do SIM - Serviços Integrados em Medicina, Allan Rego, lembra que uma pessoa desidratada pode sofrer danos nos rins e o no coração, que fica mais propenso à angina. “Que é a dor forte no peito que ocorre sempre que o músculo cardíaco não recebe oxigênio suficiente”, explica. Por sua vez, o médico ressalta que a mesma água capaz de fazer com que os processos metabólicos ocorram, uma vez contaminada, pode ser um agente transmissor de doenças, como as infecções bacterianas (cólera), parasitárias (ameba, giárdia) e virais (hepatite A).
Além dos cuidados necessários com a água de beber, o médico toxicologista Flávio Zambrone lembra que, para manter a saúde, é preciso cuidar da água que higieniza alimentos e recipientes como tanques e filtros. “Quem consome produtos orgânicos, por exemplo, precisa estar especialmente atento à limpeza dos produtos, pois eles geralmente são cultivados com esterco, fato que aumenta a possibilidade de contaminação desses alimentos”, explica. Os reservatórios de água presentes nas casas também precisam de cuidados periódicos a cada seis meses. “Não adianta garantir a qualidade do tratamento da água nas estações e na tubulação se ao chegar nos tanques não há uma higienização que mantenha a qualidade necessária”, esclarece.
Alternativas
Segundo o pesquisador Luiz Moraes, uma alternativa para a água envasada e a garantia de água filtrada e segura estaria num velho conhecido da maioria da população: o filtro de barro. Estudos realizados no Brasil com marcas com selo de certificação mostram que a água tratada no filtro de barro sai 95% livre do cloro, parasitas, pesticidas, metais como ferro, chumbo e alumínio, e fresca, devido ao fato da cerâmica diminuir a temperatura da água em até 5 graus centígrados.
O nutricionista e professor da Unime Luan Lisboa destaca que para que qualquer reação metabólica possa ocorrer no corpo humano é preciso que haja água. “Até a temperatura do corpo é controlada pela presença da água, por isso ela é um nutriente tão fundamental”, explica, lembrando que, além da sede, um corpo desidratado apresentará dor de cabeça, boca seca, sensação de tontura, pele seca.
Lisboa destaca que o consumo mínimo para um adulto é a partir de dois a três litros por dia. “Quanto maior for a massa corporal da pessoa, maior será a sua necessidade de água”, destaca o nutricionista, salientando a importância de fracionar o consumo ao longo do dia. “Não adianta beber água demais em apenas poucos horários do dia, pois isso só aumentará a produção de urina e não garantirá uma hidratação”, ensina.
O gastroenterologista e coordenador médico do SIM - Serviços Integrados em Medicina, Allan Rego, lembra que uma pessoa desidratada pode sofrer danos nos rins e o no coração, que fica mais propenso à angina. “Que é a dor forte no peito que ocorre sempre que o músculo cardíaco não recebe oxigênio suficiente”, explica. Por sua vez, o médico ressalta que a mesma água capaz de fazer com que os processos metabólicos ocorram, uma vez contaminada, pode ser um agente transmissor de doenças, como as infecções bacterianas (cólera), parasitárias (ameba, giárdia) e virais (hepatite A).
Além dos cuidados necessários com a água de beber, o médico toxicologista Flávio Zambrone lembra que, para manter a saúde, é preciso cuidar da água que higieniza alimentos e recipientes como tanques e filtros. “Quem consome produtos orgânicos, por exemplo, precisa estar especialmente atento à limpeza dos produtos, pois eles geralmente são cultivados com esterco, fato que aumenta a possibilidade de contaminação desses alimentos”, explica. Os reservatórios de água presentes nas casas também precisam de cuidados periódicos a cada seis meses. “Não adianta garantir a qualidade do tratamento da água nas estações e na tubulação se ao chegar nos tanques não há uma higienização que mantenha a qualidade necessária”, esclarece.
Alternativas
Segundo o pesquisador Luiz Moraes, uma alternativa para a água envasada e a garantia de água filtrada e segura estaria num velho conhecido da maioria da população: o filtro de barro. Estudos realizados no Brasil com marcas com selo de certificação mostram que a água tratada no filtro de barro sai 95% livre do cloro, parasitas, pesticidas, metais como ferro, chumbo e alumínio, e fresca, devido ao fato da cerâmica diminuir a temperatura da água em até 5 graus centígrados.
Essa tecnologia da época das avós é a única que conseguiu receber do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) a classificação P-I, capaz de reter partículas de 0,5 a 1 mícron (os demais só acima de 15 mícrons). “A água tratada na rede e filtrada nesse processo assegura não apenas a saúde, mas reduz o impacto financeiro na vida de diversas famílias que comprometem o orçamento acreditando que a saída está na água envasada”, defende Moraes.
Segundo o diretor de regulação do Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade(Ibametro), Edson Sales, quando uma determinada marca de filtro quer garantir a qualidade aos seus consumidores, ela submete o produto ao Inmetro para que esse avalie as características e possa emitir a certificação. “Buscar esse selo é uma forma de garantir a qualidade da água que será consumida”, completa Sales.
Com uma postura parecida, a responsável pela Vigilância Sanitária da SMS, Karina Queiroz, ressalta a importância do consumidor estar atento aos filtros e aos rótulos e à informações como o CNPJ da empresa produtora e o alvará sanitário da marca que será consumida.
Com uma postura parecida, a responsável pela Vigilância Sanitária da SMS, Karina Queiroz, ressalta a importância do consumidor estar atento aos filtros e aos rótulos e à informações como o CNPJ da empresa produtora e o alvará sanitário da marca que será consumida.
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